Brasil ganha primeiro defensivo biológico para aplicação após a colheita
quarta-feira, outubro 24, 2018
Fungicida poderá proteger os produtos por mais tempo, elevando qualidade e valor da produção e ampliando possibilidades de exportação
A IHARA, empresa especializada em tecnologias para a proteção de cultivos, acaba de conquistar o primeiro registro do país para utilização de um defensivo biológico após a colheita. Lançado em 2017 para contribuir com o manejo fitossanitário nas lavouras, agora o fungicida Eco-Shot vai ajudar a proteger a qualidade e o valor da produção dos agricultores mesmo depois que os produtos saem do campo.
Cerca de 45% da produção de frutas, verduras e legumes é perdida no mundo, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Desse total, 40% das perdas ocorrem após a colheita.
“Todos os elos da cadeia perdem com o desperdício e a perda de qualidade, mas isso acaba se refletindo principalmente no preço pago ao produtor”, analisa o gerente de Produtos Biológicos da IHARA, Maurício Hideki Ouchi.
“Ao proteger a qualidade da produção antes e após a colheita, o Eco-shot está protegendo também o lucro do agricultor”, explica ele.
O fato de o Brasil dispor de um produto biológico para evitar a proliferação de fungos após a colheita tem implicações estratégicas para o mercado interno e para as exportações. O uso de fungicidas após a colheita eleva o tempo de vida do alimento antes que ele se deteriore, o que é extremamente importante para que o produto possa enfrentar as longas jornadas até os países importadores. No entanto, os países importadores seguem padrões rigorosos de limites máximos de resíduos de defensivos químicos nos alimentos. Por ser um fungicida biológico, Eco-shot não enfrenta essas restrições, o que abre novas possibilidades para o Brasil atender mercados externos.
Esse potencial é enorme, sobretudo no segmento de frutas. Embora seja o terceiro maior produtor mundial de frutas, o Brasil é o 23º país no ranking de exportação desses produtos, enviando ao exterior apenas 2,5% do volume produzido, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas). “As barreiras fitossanitárias são um dos principais impeditivos para o Brasil melhorar a posição nessa lista, por isso é tão importante ter um biológico registrado para o pós-colheita”, afirma Hideki.
Fonte: AgroLink
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