Produção agroflorestal no entorno de hidrelétrica gera renda e proporciona qualidade de vida no Tocantins
sexta-feira, dezembro 09, 2022
A combinação de preservação ambiental e produção de alimentos gera ganhos para toda a sociedade e aumento de renda ao produtor rural. Essa lógica está sendo comprovada, na prática, por famílias que vivem e trabalham no campo no entorno da Usina Hidrelétrica São Salvador, operada pela ENGIE, entre Paranã e Palmeirópolis, no estado de Tocantins.
Ao longo dos anos, a região conviveu com atividades agrícolas que seguiam a lógica de que o importante é expandir a área de plantio e não levavam em consideração as características do bioma local. O resultado foi a degradação do solo e a perda de produtividade e, consequentemente, da renda do produtor. Por fim, êxodo rural ou o desmatamento para a abertura de novas áreas de produção, reiniciando o ciclo de degradação.
Iniciativas de apoio
Com o objetivo de estabelecer novos modelos produtivos mais sustentáveis e rentáveis, as famílias do entorno da usina estão sendo apoiadas pela ENGIE. A primeira iniciativa foi o incentivo ao associativismo. Hoje são 69 famílias que somam esforços para o uso dos recursos e compartilhamento de conhecimento, o que gerou aumento da produção de excedentes para comercialização. Unidas, as famílias, também conquistaram maior poder de negociação com fornecedores e com os compradores da produção.
Em 2019, a ENGIE propôs às famílias associadas um novo modelo produtivo, que gera uma maior harmonia com o meio ambiente: a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAF). Como o próprio nome diz, é a junção do agro, ou seja, do cultivo da lavoura ou da criação de animais, com a floresta, que pode ser tanto a mata nativa quanto o plantio de árvores de interesse econômico, como as frutíferas ou espécies madeireiras e lenhosas compatíveis com a biodiversidade local. É uma forma não apenas mais respeitosa de uso da terra, mas também mais sábia.
O modelo SAF também prevê a rotatividade da ocupação do solo, com o revezamento nas mesmas áreas de diferentes culturas agrícolas e criação de animais, como porcos e galinhas, que possuem ciclo curto de produção e, a longo prazo, o revezamento com as áreas florestais.
Benefícios para a terra e para o produtor
O manejo rotativo contribui para recuperar a fertilidade do solo, uma vez que aumenta o nível de matéria orgânica na terra, melhorando suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Com isso, permite uma redução do uso de adubos químicos e de agrotóxicos para o combate de pragas, o que reduz custos de produção, a erosão e o desgaste do solo, e ajuda a preservar nascentes d’água.
Os benefícios ao agricultor são vários. O mais direto e imediato é o ganho na qualidade de vida, por viver em um ambiente mais saudável e poder contar com uma alimentação mais variada. Os ganhos econômicos começam com a redução de custos produtivos e prosseguem com o aumento da renda gerada pela maior produtividade. Entre os agricultores familiares que já aderiram ao sistema no entorno da Usina Hidrelétrica São Salvador, esse acréscimo varia entre 25% e 70%.
A ENGIE dá assistência técnica para a implementação do modelo SAF e acompanhamento da produção, apoiando, assim, os produtores no entorno de São Salvador. O sucesso obtido pelas famílias que aceitaram fazer parte do projeto piloto despertou o interesse de outras famílias da região que estão gradualmente aderindo ao projeto. A iniciativa também despertou o interesse de jovens da comunidade, que passaram a se inscrever em cursos de engenharia florestal e agronomia. É a vida no campo sendo atrativa para as novas gerações.
Fonte: Um só Planeta
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