Novo método de análise rápida ajudará produtores a prever qualidade do dendê
quarta-feira, setembro 22, 2021
Uma tecnologia que irá ajudar os produtores de dendê (óleo de palma) a prever qual será a produtividade e a qualidade do óleo obtido antes mesmo da colheita está sendo desenvolvida em uma parceria entre a Embrapa e a empresa Spectral Solutions.
O novo método prevê a criação de uma plataforma analítica de fenotipagem química rápida da Palma de Óleo com o auxílio de uma metodologia chamada Espectrometria no Infravermelho Próximo, ou Near-Infrared Spectroscopy (NIR), em inglês.
Em comparação com os métodos convencionais, quando se utiliza a tecnologia NIR é dispensado o uso de solventes, leva apenas alguns segundos e não existe o risco de destruir a amostra no processo, de acordo com a Embrapa.
Segundo Simone Mendonça, pesquisadora da Embrapa Agroenergia (DF) e responsável pela pesquisa, dentro do laboratório era possível analisar em torno de 10 a 15 amostras por dia. Com a técnica NIR, a pesquisadora relata que esse número salta para 300 amostras por dia, utilizando um único equipamento.
O método NIR mede as diferenças entre a quantidade de luz emitida e a refletida pela amostra. Nessa reflexão, cada comprimento de onda gera um gráfico de respostas, que funciona como uma “impressão digital'' de uma amostra. Essa impressão é, então, computada e comparada com o banco de dados.
A análise é feita no fruto inteiro ou cortado ao meio, captando o espectro diretamente na polpa. “Ao fim desse trabalho teremos um equipamento calibrado e então será possível que, apenas apertando um botão, tenhamos em poucos segundos os resultados químicos como teor de óleo, acidez, perfil de ácidos graxos, etc. do fruto do dendê na tela do celular ao qual o equipamento estará acoplado”, prevê a pesquisadora.
A unidade de pesquisa da Embrapa já havia desenvolvido um método utilizando equipamento de bancada. Agora a ideia é tornar esses equipamentos portáteis e mais baratos. Para a pesquisadora, a parceria com a Spectral Solutions é importante para essa mudança. A startup entrou no projeto propondo dois equipamentos portáteis, dando apoio na análise quimiométrica e no desenvolvimento do software de apoio aos equipamentos.
O desenvolvimento da tecnologia surgiu a partir de demanda na agroindústria da palma de óleo, cujo pagamento aos fornecedores se dá por peso da carga, sem avaliar o teor de óleo e a qualidade do material que está sendo entregue.
Para o produtor, o uso do equipamento significará melhores rendimentos e qualidade de óleo. A metodologia convencional contava com diversos desafios, como o processamento do cacho da palma, que tinha que ser feito em no máximo 48 horas para garantir a integridade do fruto.
Além do campo, a aplicação do equipamento pode ser feita em usinas para garantir o controle de qualidade dos materiais entregues por terceiros, podendo gerar uma diversificação do preço do produto conforme a qualidade dos cachos.
Fonte: Globo Rural
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