Índia diz que decisão da Opep+ sobre produção prejudica recuperação econômica
sexta-feira, março 05, 2021
A Índia, terceira maior importadora e consumidora de petróleo do mundo, disse nesta sexta-feira que a decisão da Opep+ de estender seus cortes de produção em momento em que os preços da commodity sobem pode ameaçar a recuperação guiada pelo consumo em alguns países.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, que formam o grupo conhecido como Opep+, concordaram na quinta-feira em não aumentar a oferta em abril, já que aguardam uma recuperação mais substancial da demanda em meio à pandemia do coronavírus.
Os preços do petróleo saltaram mais de 2% nesta sexta-feira, atingindo o maior nível em quase 14 meses, em reação à decisão.
"Como um dos maiores países consumidores de petróleo, a Índia teme que tais ações por parte dos países produtores tenham o potencial de minar a recuperação guiada pelo consumo e, além disso, prejudicar os consumidores, especialmente em nosso mercado sensível ao preço", disse à Reuters o ministro do Petróleo e Gás Natural do país, Dharmendra Pradhan.
A Índia, fortemente atingida pelo aumento nos preços do petróleo, havia pedido que os produtores reduzissem os cortes de bombeamento e ajudassem na recuperação econômica global.
"A decisão da Opep+ nos entristeceu. Não é uma boa notícia para Índia, China, Japão, Coreia do Sul e outras nações consumidoras", afirmou Pradhan.
A alta do petróleo acarreta desafios fiscais para a Índia, onde os preços dos combustíveis no varejo, amplamente tributados, atingiram máximas recordes em algumas partes do país, ameaçando a recuperação impulsionada pela demanda.
"Ainda apelamos aos produtores de petróleo para que uma alternativa seja encontrada. Nos pressionar (os países consumidores) não está no interesse de ambos os lados", acrescentou Pradhan.
Em resposta ao apelo da Índia para que os cortes de produção fossem flexibilizados, o ministro de Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, disse na quinta-feira que a Índia deveria começar a usar o petróleo que comprou barato durante o colapso dos preços no ano passado.
Fonte: Reuters
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