Projeto plantará uma árvore para cada vítima da Covid no Brasil
quarta-feira, janeiro 06, 2021
O programa Bosques da Memória tem um objetivo bem definido: plantar uma árvore para cada pessoa que morreu de Covid-19 no Brasil.
A iniciativa está sendo realizada em áreas de Mata Atlântica nos estados brasileiros com a presença do bioma.
Criada por três redes de ONGs, a campanha busca homenagear a restauração da floresta. A meta é plantar ao menos 200 mil árvores em seis meses.
Os “bosques de memória” serão plantados em áreas que precisam recuperar o vigor da vegetação e o habitat para a fauna.
As ONGs criaram uma plataforma para que os plantios sejam registrados em um banco de dados, com localização, quantidade de árvores, espécies e fotos para monitorar o crescimento.
O projeto é desenvolvido pelas ONGs Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e a Rede de ONGs da Mata Atlântica, que reúne 280 organizações em prol da conservação do bioma.
Os plantios podem ser feitos por empresas, instituições públicas, governos e outras entidades. Vinte bosques já foram plantados.
Um deles está localizado em um assentamento de reforma agrária em Presidente Epitácio (SP) e terá 2 mil mudas.
O plantio vem sendo feito pela Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoema), com espécies nobres da Mata Atlântica, como jequitibá, jatobá e os ipês amarelos, branco e roxo.
Em alguns plantios, as mudas recebem uma placa com o nome da pessoa homenageada. Assim, uma goiabeira branca – espécie não nativa, mas já incorporada à Mata Atlântica – passou a se chamar Aldir Blanc.
A goiabeira foi plantada no bosque pela Associação Mico-Leão-Dourado, em Silva Jardim, Rio de Janeiro. A espécie foi personagem da infância de Aldir, aparecendo em algumas de suas crônicas.
O compositor morreu aos 73 anos, em maio de 2020, vítima da Covid-19.
A iniciativa coincide com os preparativos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o lançamento da Década da Restauração de Ecossistemas (2021 – 2030).
É um esforço da ONU, com aprovação dos países-membros, para criar um movimento global de recuperação, reverter a perda de espécies e ajudar no cumprimento de metas de redução de emissões de carbono.
Por se encaixar no espírito dessa ação, a campanha brasileira foi reconhecida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e será divulgada em outros países.
Por: Mariana Lima
Fonte: Folha de S. Paulo
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