Bioeconomia circular: como a agrofloresta pode contribuir para mudar o mundo
quinta-feira, dezembro 31, 2020
A bioeconomia circular é um conceito econômico que une as sinergias da economia circular e da bioeconomia. A economia circular surge como um contraponto ao modelo econômico linear – de extração de matéria-prima, transformação, uso e descarte de resíduos. Sua base possui três princípios: eliminar resíduos e poluição desde o princípio; manter produtos e materiais em uso; e regenerar sistemas naturais.
Já a bioeconomia é um modelo de produção baseado na utilização de matérias-primas naturais renováveis e de origem não fóssil, como as florestas, animais, plantas e até microrganismos, para o desenvolvimento, produção e comercialização de bioprodutos e energia.
Já sabemos que uma agricultura de base florestal é a resposta mais plausível e simples para a maioria dos desafios climáticos e sociais que enfrentamos hoje.
Dentro dessa lógica, a agrofloresta é uma solução transversal e uma ferramenta de transição eficaz para essa transformação, já que é um sistema de produção inspirado na dinâmica dos ecossistemas naturais, nos quais espécies florestais perenes são plantadas junto com cultivos agrícolas e criações de animais.
E como trazer a agroflorestal para dentro da bioeconomia circular? Bem, nesse exato momento, assumimos um de nossos maiores desafios, que é liderar a frente agroflorestal da Aliança.
A Aliança da bioeconomia circular é uma coalizão de proporções globais, encabeçada pela família real britânica, na pessoa de Sua Alteza Real, o Príncipe Charles – visando criar as diretrizes que regem a lógica de criação de designs agroflorestais resilientes, duradouros e inspirados em tecnologias ancestrais.
O projeto quer criar uma plataforma que conecte e dê suporte, com base em conhecimento desenvolvido pela PRETATERRA e outras empresas, para interligar investidores, empresas, organizações governamentais e não governamentais e comunidades locais interessadas em construir, juntas, uma bioeconomia circular com foco na restauração da biodiversidade global.
Mas o projeto vai além e se propõe a sensibilizar e inspirar soluções baseadas na natureza para reimaginar as cidades; catalisar investimentos e conectar investidores a empresas, startups e projetos de expansão; e apoiar os governos no desenvolvimento de estratégias com base científica para a transição em direção a uma bioeconomia sustentável.
Sobretudo, vem para demonstrar o potencial da bioeconomia circular por meio de projetos-piloto e módulos de treinamento, acelerando iniciativas de restauração da paisagem.
Por fim, entramos nessa empreitada porque acreditamos ser vital harmonizar o conhecimento científico e natural, as florestas e as pessoas, os alimentos, a produção, o trabalho e o bem-estar.
Nós não conseguimos mais desassociar a agrofloresta de nossas vidas. Já não se trata apenas de uma mudança para uma agricultura mais regenerativa. O que estamos abordando e testemunhando, hoje, é o próprio nascimento de uma transformação do sistema produtivo atual e o surgimento de um renascer regenerativo da humanidade.
Fonte: Revista Globo Rural
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