G20 promete investimentos de US$ 267 bilhões em políticas energéticas na pandemia
segunda-feira, julho 20, 2020
Os países do G20 se comprometeram a destinar ao menos US$ 267 bilhões a políticas energéticas desde o começo da pandemia do novo coronavírus. Desse montante, a maior parte foi direcionado para apoiar a indústria dos combustíveis fósseis, no valor total de US$ 150,8 bilhões. O volume é mais do que o dobro dos US$ 88,6 bilhões que o grupo das maiores economias do mundo está direcionando para apoiar iniciativas que envolvem o fomento a energias limpas.
Os números são parte de um estudo inédito divulgado esta semana por 14 organizações de diferentes países, sob a coordenação do centro de pesquisa canadense International Institute for Sustainable Development (IISD). Os dados compilados foram disponibilizados na plataforma Energy Policy Tracker, destinado a monitorar as propostas dos governos do G20 para o setor de energia diante da crise da covid-19.
A iniciativa é apresentada como uma espécie de termômetro para acompanhar as decisões sobre políticas energéticas e monitorar se serão ou não mais aderentes às diretrizes de sustentabilidade a partir da crise atual pelo menos ao longo dos próximos dez anos.
As políticas públicas listadas a partir de dados oficias são classificadas pela plataforma como “limpas”, “fósseis” e “outras”, esta última para englobar iniciativas que possuem forte impacto socioambiental, apesar de não estarem relacionadas à cadeia de óleo, gás ou carvão.
Brasil destinou 20% dos recursos para renováveis
Um balanço comparativo dos recursos destinados ao setor de energia em cada país coloca o Brasil em nono lugar entre os que direcionaram os maiores valores ao setor. De acordo com os dados coletados, o país destinou US$ 3,4 bilhões a políticas do setor de energia desde o começo do ano, sendo US$ 770 milhões para renováveis.
Ao todo, o levantamento feito no Brasil pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) identificou 27 propostas de políticas energéticas praticadas neste ano. Dez delas foram classificadas como direcionadas para combustíveis fósseis e apenas sete envolvem energias limpas. Outras dez iniciativas foram avaliadas como “outras”.
A epbr entrevistou Livi Gerbase, assessora do Inesc. Ela afirma que globalmente a recuperação econômica após a crise causada pela pandemia deve ser orientada, ao menos em parte, por condicionantes de redução de impacto ambiental. Mas lamenta que o governo brasileiro permaneça com a atenção centrada no setor de óleo e gás ainda não foi capaz de direcionar sua política energética a mecanismos que exijam contrapartidas como a redução de emissões.
Fonte: EPBR
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