Brasil e África do Sul colaboram nas áreas de Bioenergia, Bioeletricidade e Biocombustíveis
quarta-feira, fevereiro 26, 2020
A Embaixada do Brasil na África do Sul deve
sediar um fórum político de alto nível em Pretória em março de 2020, para
destacar as oportunidades de colaboração Brasil-SA nos campos de Bioenergia,
Bioeletricidade e Biocombustíveis.
Na matriz
energética brasileira, que possui 45% de fontes renováveis, os derivados de
cana representam mais de 17,0% da produção total de energia primária do Brasil,
atrás apenas do petróleo e seus derivados (34,4%) e à frente da hidrelétrica
(12,4%).
O Brasil é hoje
o segundo maior produtor e exportador mundial de etanol e 65% da safra de
cana-de-açúcar do país é destinada à produção de etanol – um aumento
significativo em relação aos 54% em 2017/18. É proporcionalmente o maior
consumidor de etanol em sua matriz de transporte (19%), com o etanol já
substituindo 40% da gasolina.
Além disso, o
bagaço é uma fonte de energia para a produção de vapor na fabricação de etanol
e açúcar. A bioeletricidade gerada a partir da biomassa da cana-de-açúcar
é parcialmente consumida nas plantas, contribuindo para garantir sua
auto-suficiência, e parcialmente exportada para a rede nacional. Em 2018,
61% da biomassa de cana-de-açúcar na geração de bioeletricidade foi exportada
para a rede, que nos últimos dez anos representou uma injeção total de 150 TWh.
A produção de
etanol e bioeletricidade também proporcionou benefícios significativos em
termos de criação de empregos e mitigação de emissões de gases de efeito
estufa, evitando de 2008 a 2018 a emissão de 560 MtCO2. Ao usar
biocombustíveis líquidos, o Brasil reduziu consideravelmente as emissões de
material particulado (MP2.5), monóxido de carbono, formaldeídos,
hidrocarbonetos reativos e outros compostos orgânicos voláteis precursores da
poluição fotoquímica e formação de ozônio, contribuindo muito para a qualidade do
ar urbano.
A África do
Sul, que já conta com indústrias açucareiras competitivas, foi identificada
pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) como tendo potencial
para expandir a produção sustentável de bioenergia a partir da cana, o que pode
contribuir para a consecução dos objetivos expressos no NDP 2030 e o IRP 2019.
Para aproveitar seu potencial, discussões sobre estrutura política,
conhecimento e tecnologia devem ocorrer.
A Embaixada do
Brasil na África do Sul, com o apoio do APLA (Grupo Brasileiro de Etanol) e do
Banco de Desenvolvimento da África Austral (DBSA), sediará um Fórum de
Políticas para facilitar a cooperação e o diálogo entre especialistas,
formuladores de políticas, reguladores e indústria representantes sobre como
usar bioenergia, bioeletricidade e biocombustíveis na África do Sul. O
Fórum de Políticas será realizado em Pretória na segunda-feira, 16 de março de
2020.
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