Embrapa desenvolve técnica que aumenta validade de frutas
quarta-feira, julho 25, 2018
Película biodegradável e comestível não muda aspecto ou gosto da fruta. Coco produzido com a técnica começa a ser exportado à Europa
Películas que aumentam a validade de frutos, além de serem comestíveis, foram desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e prometem aumentar a competitividade de produtos brasileiros no mercado internacional. Caso disso é o coco, que, a partir do mês de junho, chega ao mercado europeu prometendo manter a qualidade de produto fresco por mais de um mês.
A película biodegradável é comestível e possibilita o aumento da vida útil do coco, superando 40 dias, mantendo características nutricionais, aparência e sabor. Cerca de 500 mil unidades de coco da variedade anão-verde já foram vendidas a Portugal. As frutas são produzidas no Polo de Fruticultura do Vale do São Francisco em Petrolina-PE.
O empresário Edivânio Domingos, da Fazenda Coco do Vale, que exporta o produto, conta que buscava há anos uma tecnologia que aumentasse a vida útil do coco verde in natura mantendo sua qualidade que, normalmente, dura em torno de dez dias.
"Essa tecnologia é espetacular porque é de baixo custo e requer pouca mão-de-obra. Conseguimos ampliar a vida útil do coco para mais de 40 dias, viabilizando a exportação para países como Portugal, Bélgica e Holanda", afirma o empresário.
O revestimento biodegradável e comestível pode ser usado em outras frutas como goiaba, manga, caqui e palmito de pupunha, que já foram testados. No caso do palmito, a vida útil sobre de sete para 20 dias, já a goiaba dura até um mês.
Na aplicação da tecnologia, os frutos passam por um processo de higienização, antes de serem imersos em uma solução filmogênica à base de um polissacarídeo e outros compostos, que contribuem para redução da atividade microbiana e manutenção do valor nutricional.
"O revestimento atua como barreira física e reduz o metabolismo do fruto ao diminuir a respiração, a atividade enzimática, degradação do açucar, minerais e vitaminas, conservando-o por mais tempo", explica Joseane Resende, professora da universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que realizou o estudo em 2007.
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