Biocombustíveis produzidos a partir do óleo de palma são opções sustentáveis para substituir o poluente diesel S500 na Amazônia
sexta-feira, dezembro 02, 2022
Em significativa parte da região Norte do Brasil, o biodiesel feito a partir do óleo de palma é utilizado como combustível renovável para geração de energia elétrica limpa e também comercializado como uma opção sustentável para o abastecimento de veículos pesados. Tudo isso graças ao trabalho da Brasil BioFuels (BBF), que desde 2009 produz biodiesel a partir do óleo de palma em sua unidade de Ji-Paraná, em Rondônia. A usina possui capacidade de produzir mais de 64 milhões de litros de biodiesel anualmente. A BBF conta com a certificação RenovaBio — emitida pela ANP, órgão que regula o setor — e o selo Biocombustível Social, emitido pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), pela inclusão e geração de renda aos agricultores familiares.
A BBF é uma empresa brasileira que atua no agronegócio sustentável, desde o cultivo da palma de óleo, trading, produção de biocombustíveis e geração de energia renovável. O trabalho, que segue um modelo verticalizado, começa no cultivo da palma, passa pela comercialização do óleo e pela produção de biocombustíveis até chegar na geração de energia renovável para moradores de localidades isoladas na Amazônia.
Desde 2008, ano de sua fundação, a BBF assumiu a missão de mudar a matriz energética dos Sistemas Isolados do Norte do Brasil, empregando a população local — são mais de 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos —, gerando renda e reduzindo o custo da eletricidade para os nortistas. Essa mudança na matriz energética teve início com a substituição do óleo diesel fóssil, combustível altamente poluente, por biodiesel feito a partir do óleo de palma. Hoje, a empresa é a maior produtora de óleo de palma da América Latina e segue como protagonista na transição energética do país, desenvolvendo inéditos biocombustíveis de segunda geração que serão lançados em 2025 no Brasil.
Apesar de ter sido oficialmente fundada em 2008, a “semente” do que seria a BBF começou a ser plantada anos antes, por volta de 2003, quando a regulação dos Sistemas Isolados para geração de energia na região Norte entrou em pauta. O CEO da BBF, Milton Steagall, esteve envolvido nessa questão desde esse momento. Foi ele quem trouxe à tona a possibilidade de substituir o diesel fóssil pelo biodiesel de palma no setor elétrico, em um projeto que envolvesse ainda um programa para a inclusão da agricultura familiar dentro da região amazônica, em um modelo de produção com cultivo e originação de matéria-prima na região e, principalmente, que não dependesse de grandes investimentos do Estado para acontecer. A contribuição do executivo foi apreciada pelo Ministério de Minas e Energia e, mais tarde, culminou na criação de um grupo de trabalho que reunia, naquela época, 11 ministérios, a fim de cuidar dos passos regulatórios que o governo deveria dar para que o processo começasse. “Desse grupo, surgiram ações fundamentais: trazer o Sistema Isolado Elétrico para dentro do arcabouço jurídico da Aneel, que é a agência reguladora do setor, e o início do plantio de palma, que trouxe ainda um decreto do governo federal com o Zoneamento Agroecológico da Palma. Assim, tivemos segurança jurídica para avançar com a empresa”, relembra Steagall.
Grande parte dos municípios da região Norte do Brasil são atendidos pelos Sistemas Isolados para geração de energia elétrica à população. São áreas que, devido às razões geográficas e de preservação ambiental, não são conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de fornecimento de energia elétrica. No Brasil, são 212 localidades isoladas no país, com cerca de 760 mil clientes, a grande maioria localizados nos Estados da região Norte, segundo dados da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). E a BBF se destaca por ser uma das maiores geradoras de energia elétrica nos Sistemas Isolados, com 38 usinas termelétricas em seu portfólio, sendo 25 em operação e 13 em implantação. Atualmente, a BBF é a única empresa que opera 100% com biodiesel B100 em substituição ao diesel fóssil em escala comercial nos Sistemas Isolados.
Hoje, o Grupo BBF atua em três diferentes verticais de negócio: BBF Agro, BBF Biocombustíveis e BBF Energia, de forma a estar presente em toda a cadeia produtiva e, assim, garantir a eficiência das soluções propostas e dos produtos comercializados.
Combustível eficiente, limpo e seguro
O biodiesel é um combustível biodegradável produzido a partir de fontes renováveis, como os óleos vegetais e a gordura animal, que agrega benefícios nos campos econômico, socioambiental e político, e pode atender mercados que necessitam de combustíveis eficientes, limpos e seguros. É uma alternativa ao diesel tradicional, ou petrodiesel — combustível fóssil não-renovável e grande emissor de gases poluentes.
O Brasil tem grande vocação para a produção de combustíveis verdes, desde o etanol até o biodiesel proveniente de plantas oleaginosas, como a palma de óleo, cultivada pela BBF na Amazônia. O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), elaborado em 2004, busca potencializar esse mercado e estimular a inclusão social em sua cadeia de produção. A introdução do biodiesel na matriz energética brasileira se deu em 2005 e, após uma década, o mercado brasileiro já era o segundo maior do mundo.
Em 2017, foi implementada a Política Nacional de Biocombustíveis (o RenovaBio), que entre as principais conquistas podemos elencar a contribuição para a criação de um mercado de carbono no país, com o Crédito de Descarbonização (CBIO), e a obrigatoriedade da mistura do biodiesel ao diesel, cujo percentual aumentou gradativamente. Hoje, a mistura homologada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) é de 10%, tornando a medida essencial para a maturidade da indústria do biodiesel no país nos últimos anos. Segundo o MME, a partir de abril de 2023 o percentual da mistura obrigatória do biodiesel no diesel fóssil para abastecimento de veículos poderá passar de 10% para 15%. A medida trará benefícios reais ao meio ambiente e ao mercado local. “A vocação do Brasil é o combustível verde, e não os carros elétricos”, pontua o CEO da BBF.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a indústria nacional de biodiesel, sozinha, movimentou R$ 10,5 bilhões em 2021, o equivalente a 2% da atividade agroindustrial brasileira. Além disso, promoveu quase 20 mil empregos e contribuiu, indiretamente, para gerar um PIB de R$ 20,3 bilhões no último ano. O biodiesel evitou, somente em 2021, a emissão de 12,8 milhões de toneladas de gases de efeito estufa, de acordo com relatório da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio).
BBF Biocombustíveis
A BBF produz biodiesel de óleo de palma em sua usina localizada em Ji-Paraná, Rondônia, e está construindo mais uma nova usina na Zona Franca de Manaus. A maior parte do biodiesel produzido pela BBF é utilizada como combustível limpo para a geração de energia elétrica nas operações da BBF presentes nos Sistemas Isolados da região Norte. A planta em Rondônia possui, atualmente, capacidade instalada de 64 milhões de litros ao ano para produção de biodiesel de óleo de palma, que contribui com a descarbonização da Floresta Amazônica e com a melhoria da qualidade de vida no Norte, oferecendo uma alternativa sustentável ao diesel S500 — combustível fóssil altamente poluente e ainda bastante utilizado na geração de eletricidade nas localidades isoladas da Amazônia. “A Amazônia está intoxicada pela queima do diesel fóssil usado no transporte e na geração de energia elétrica para as comunidades isoladas. A missão da BBF é limpar o pulmão da Amazônia com energia limpa e renovável”, explica Steagall.
O diesel S500 contém alto teor de enxofre (500 mg/kg) e alto percentual de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), substâncias comprovadamente cancerígenas, além de contribuir para a ocorrência de chuvas ácidas na região amazônica. Por outro lado, o biodiesel de palma não contém enxofre, não emite substâncias cancerígenas e diminui de forma significativa a emissão de CO², oferecendo assim incontáveis benefícios ambientais, sociais e à saúde pública.
BBF é protagonista na inovação do setor de biocombustíveis
Um dos principais expoentes da revolução dos biocombustíveis é o diesel verde (HVO), produto da segunda geração dos biocombustíveis, sendo uma inovação no setor e com grande potencial de crescimento. O diesel verde é um biocombustível 100% renovável que não necessita de qualquer tipo de mistura com combustíveis de origem fóssil e também sem a necessidade de qualquer adaptação nos motores dos veículos. É produzido por meio do processamento de matéria-prima renovável, como a palma de óleo. Já utilizado em países da Europa e nos Estados Unidos, o diesel verde é resultado de aprimoramentos tecnológicos para acompanhar as inovações veiculares, que requerem um combustível de melhor qualidade, com alta estabilidade e teores mínimos de poluentes. A vantagem do diesel verde é sua eficiência para solucionar o desafio da redução de emissões de gases poluentes.
Tão importante quanto eliminar o uso de diesel fóssil é desenvolver uma alternativa sustentável para o mercado de aviação, ainda carente no Brasil de soluções renováveis. O combustível sustentável de aviação (SAF) está despontando ao redor do mundo. A União Europeia estuda adotar obrigatoriedade de 2% de SAF, até 2025, em aviões partindo de aeroportos no seu território. O Reino Unido tem ambições maiores: chegar à obrigatoriedade de 10% até 2030. Os Estados Unidos vão além e anunciaram a meta de descarbonizar completamente o setor de aviação civil até 2050. De acordo com o planejamento do governo norte-americano, o país já produzirá 3 bilhões de galões de combustível de aviação sustentável em 2030.
Aqui, no Brasil, o Grupo BBF se destaca pelo pioneirismo e protagonismo no desenvolvimento do diesel verde (HVO) e combustível sustentável de aviação (SAF), que serão produzidos a partir de 2025. Na Zona Franca de Manaus, a Brasil BioFuels está construindo a primeira biorrefinaria para produção dos inéditos biocombustíveis, com capacidade de produzir mais de 500 milhões de litros anualmente. A biorrefinaria em Manaus receberá investimentos na ordem de R$ 2,2 bilhões e o cultivo da palma de óleo, principal matéria-prima para produção dos biocombustíveis, será realizado em São João da Baliza (RR), cidade onde foi fundada a BBF.
O cultivo sustentável da empresa em Roraima tem como objetivo plantar mais de 100 mil hectares de palma de óleo até 2025, gerando mais de 12 mil empregos na região e contribuindo com o desenvolvimento socioeconômico do Estado. A BBF comprova que é possível unir desenvolvimento socioeconômico, geração de renda e preservação ambiental na produção de biocombustíveis e geração de energia elétrica limpa no Brasil. Saiba como a companhia vem diversificando seus negócios em www.brasilbiofuels.com.br.
Fonte: Jovem Pan
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