Novos aportes vão ampliar a produção do leite NoCarbon
terça-feira, outubro 04, 2022
Os idealizadores do leite orgânico NoCarbon, bebida que chegou ao varejo brasileiro há pouco mais de um ano, planejam organizar em breve uma rodada de investimentos série A - quando a empresa já tem um modelo de atuação, receita e clientes. A ideia é atrair R$ 25 milhões para expandir um negócio que vem ganhando escala.
Os recursos vão ajudar a estruturar os próximos passos do negócio, que está em seu segundo ano de vida.
Um deles é viabilizar a segunda fazenda produtora de leite, na Bahia, onde já há trabalhos iniciais e se pretende começar a produzir em 2024. Marketing é outro foco - a empresa acaba de fechar o primeiro contrato de vendas com a rede GPA, que incluem Pão de Açúcar, Extra e outros mercados.
O projeto tornou-se possível a partir de uma parceria entre a Guaraci Agropastoril, que reúne seis sócios que comandam a NoCarbon - os lácteos levam o mesmo nome da empresa -, e a Fazenda da Toca, do empresário Pedro Paulo Diniz. A produção do leite orgânico ocorre em uma área arrendada da propriedade da Fazenda da Toca, que fica em Itirapina (SP). Em julho do ano passado, a companhia estreou no varejo paulista com a venda da bebida orgânica que tem processo de produção neutro em carbono.
À época, a bebida podia ser encontrada em 65 lojas de redes como St. Marche, Santa Luzia e OBA Hortifruti. Na semana passada, pouco mais de um ano depois do lançamento, a empresa acertou o primeiro contrato de venda para o GPA. “Saiu hoje. Estávamos negociando há 12 meses”, disse Luis Fernando Laranja da Fonseca, CEO e um dos fundadores da NoCarbon.
Os produtos, que também chegaram há poucos meses à rede Carrefour, estão agora em cerca de 500 pontos varejistas de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás e dos três Estados do Sul. Para dar conta do portfólio, que passou a incluir queijos, coalhada, ricota, creme de leite e outros derivados, foram investidos R$ 10 milhões desde o ano passado na fazenda, em marketing e, principalmente, em estrutura comercial.
Os recursos vieram dos sócios e de novos participantes, como o Fundo Vale, da mineradora Vale. Com as mudanças feitas no campo, a NoCarbon tem meta de dobrar o volume de produção de leite, que passaria dos atuais 4 mil litros diários para 8 mil litros até o fim de 2023.
Há, ainda, um “pequeno grupo engatilhado” de produtores de leite orgânico para fornecer a matéria-prima se for necessário volume adicional para atender o varejo. Hoje, o processamento dos laticínios ocorre na paulista Pastora da Fazenda.
Segundo Fonseca, que é médico veterinário especializado em pecuária leiteira e um estudioso dos efeitos do clima, os três pilares do negócio são bem-estar animal, redução do uso de químicos no processo produtivo e ênfase na questão climática.
Há plantio de árvores em áreas distintas da fazenda para restauração ecológica e também da área produtiva. O leite está certificado pelo IBD, pela ONG Iniciativa Verde e pela Certified Humane Brasil.
A companhia tem tentado ganhar espaço no crescente segmento de alimentos orgânicos, que faturou R$ 6,5 bilhões no ano passado, 12% mais que em 2020, segundo a Organis, associação que promove o segmento. Ainda assim, o timing de algumas negociações foi lento, o que comprometeu as primeiras projeções de receita.
Em um ano e meio, a companhia deverá faturar R$ 10 milhões, cerca de um terço do previsto no ano passado. “Diante da morosidade das negociações com o varejo, reorganizamos as projeções”, afirma o CEO da companhia.
O próximo passo é chegar ao varejo digital com o lançamento do “Leiteiro Orgânico”, um programa de assinatura de produtos que atende as pessoas em casa e que está em fase de projeto-piloto. Neste caso, há parceria com o site MercadoOrgânico.com.
Fonte: Um só Planeta
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