Garimpo ilegal na Amazônia dispara 44% em 2021 puxado por alta do ouro
sexta-feira, setembro 09, 2022
Para além do desmatamento crescente e dos incêndios, que atingiram recorde de focos neste mês, a Amazônia enfrenta outro grande problema que a corrói sem freio: o garimpo ilegal. A retirada predatória de ouro da região atingiu novos patamares diante da alta do valor do metal precioso no exterior.
Um novo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais revela que a atividade criminosa cresceu 44% em 2021. Das 112 toneladas de ouro produzidas no Brasil em 2021, pelo menos 7% eram de origem ilegal e 25% de origem potencialmente ilegal. Segundo a pesquisa, divulgada pela agência AFP, os primeiros seis meses do 2022 não dão sinais de reversão da tendência.
Só no ano passado, a mineração contribuiu para o desmatamento de 121 km² de floresta, o equivalente a 16 mil campos de futebol. Para agravar, 23% do desmatamento ligado ao garimpo ilegal ocorreu dentro de terras indígenas (TIs), unidades de conservação ambiental e outras áreas protegidas por lei.
Pela lei vigente no país, os povos indígenas não poderiam estar sendo afetados de forma alguma, porém, assim como nas unidades de conservação da Amazônia, as áreas ocupadas pela atividade nas TIs só vêm aumentando. O estado do Pará concentra 98% da mineração ilegal de ouro no país, afetando principalmente terras dos povos Kayapó e Munduruku.
A explosão da atividade garimpeira nos últimos anos está associada à elevação do preço da commodity no mercado internacional. Um estudo feito pelo MapBiomas estima que entre 2010 e 2020, a área de garimpo triplicou no Brasil, saltando de 38.400 hectares para 107.000 hectares. Em dez anos, o preço do metal acumulou alta de mais de 300%.
Fonte: Um só Planeta
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