GO: variedade de pequi sem espinhos será lançada em novembro
sexta-feira, agosto 12, 2022
Após registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em abril, a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) unidade Cerrados anunciam o lançamento de seis cultivares de pequi para novembro de 2022. São três variedades sem espinhos e três com espinhos, próprias para atender tanto o comércio, com o chamado pequi de mesa, que possui caroços menores; quanto a indústria, com caroços maiores e polpa mais carnuda para a extração.
O trabalho de vinte e cinco anos é uma parceria entre a Emater e a Embrapa. Os pesquisadores Elainy Botelho e Ailton Pereira conduziram os estudos na Estação Experimental Nativas do Cerrado, na sede da Emater, em Goiânia, e Sidney Cunha Andere, na Estação Experimental de Anápolis. No momento, cinco mil mudas estão sendo preparadas para a distribuição em novembro.
“Esse lançamento, que é resultado de mais de duas décadas de pesquisas públicas, está alinhado com a missão da Emater, de entregar resultados acessíveis e de valor ao agricultor familiar, além de atender às demandas da sociedade. Buscamos nos acercar de meios seguros para garantir a distribuição de um material de excelente qualidade e que alcance de forma democrática os produtores goianos de todas as regiões do Estado e, consequentemente, os consumidores finais”, comenta o presidente da Emater, Pedro Leonardo Rezende.
Com o lançamento, as seis variedades serão disponibilizadas ao mercado goiano. Neste primeiro momento, 1.200 mudas serão disponibilizadas aos viveiristas, para que estruturem seus jardins clonais, e outras 1.200 aos agricultores familiares. Devido às características de reprodução das plantas, serão vendidos lotes com as seis cultivares, sendo cada muda comercializada pelo valor de R$ 30. Agricultores poderão comprar até dois lotes e viveiristas até 10.
“Vamos fornecer mudas enxertadas aos viveiristas que estejam credenciados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem). Eles vão multiplicar esse material para atender à demanda dos produtores”, destaca Ailton Pereira.
As cultivares restantes serão destinadas à reposição do banco de germoplasma da Agência goiana em Goiânia e Anápolis, além de duas extensões que serão criadas no município de Porangatu e na Embrapa Cerrados. Além disso, a Emater se concentra na criação de um jardim clonal, onde ficarão as matrizes das novas variedades de pequi.
Histórico
A demanda dos produtores goianos, por pequizeiros mais rentáveis e frutos comerciais, e da sociedade, por frutos com polpa carnuda e saborosa, foi o que originou as pesquisas de clonagem, que se iniciaram com a propagação de mudas por sementes, estaquia e enxertia, como conta Ailton Pereira. Para isso, a Emater e a Embrapa visitavam as propriedades que cultivavam pequizeiros para tirar a raça da planta. Foi nesse processo que os pesquisadores tiveram acesso ao pequi sem espinhos, encontrado na natureza.
“Como nós já havíamos desenvolvido a técnica de clonagem e enxertia, fizemos vinte clones desse pequizeiro sem espinhos. Plantamos as mudas no nosso banco de germoplasma e avaliamos durante todos esses anos. Agora já estamos chegando ao final desta etapa, com a disponibilização desse material para nossos agricultores”, explica Elainy Botelho.
“Nosso objetivo é disseminar essas seis variedades, que são de qualidade ímpar, atendendo o agricultor familiar. Queremos aquecer esse mercado com uma planta nativa do nosso Cerrado e culturalmente importante para Goiás, levando as mudas para o que o produtor possa fazer reflorestamento, recompor sua área e para plantios comerciais”, explica o diretor de Pesquisa Agropecuária da Emater, João Asmar Júnior.
O diretor chama a atenção ainda para a importância do registro junto ao Mapa na garantia de origem e qualidade das seis cultivares de pequi. Junto às mudas, serão entregues instruções e informações explicando a forma correta de manejo do material. “Não entregaremos apenas o fruto, mas o resultado de uma pesquisa, um trabalho de décadas para beneficiar o agricultor familiar e a sociedade como um todo”, completa João Asmar Júnior.
Fonte: Agrolink
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