Grupo agro investe em ILP para reduzir a pegada de carbono
terça-feira, novembro 09, 2021
O investimento realizado no sistema ILP, entre 2017 e 2021, soma cerca de R$ 3,7 milhões. Atualmente, a companhia conta com o sistema ILP em 10 fazendas, distribuídas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Maranhão. "O projeto atualmente conta com um montante de 35 mil animais somando todas as unidades, em uma área de cerca de 9,7 mil hectares. A ILP ocupa uma superfície ainda inferior a 1% em relação a toda a área cultivada da empresa, que será de 660 mil ha na safra 21/22", explica Gustavo Lunardi, Diretor de Operações da SLC Agrícola.
A primeira unidade a contar com a ILP foi a Fazenda Planorte, em Sapezal (MT). O intuito era viabilizar áreas arenosas, obtendo maiores produtividades após um ano de braquiária com pastejo, já que esta gramínea recicla nutrientes no perfil do solo, aporta matéria orgânica no sistema, além de ser alimento para o gado. Outro ponto importante era otimizar o uso da estrutura das fazendas, diversificar as atividades e fontes de receita.
A estratégia para introdução da ILP foi priorizar as fazendas que atuam com milho na segunda safra, através o Sistema Santa Fé, tecnologia de plantio direto em que se realiza o consórcio do milho com a braquiária. Após a colheita do milho, o gado faz o pastejo da forragem remanescente. "Com a iniciativa, promovemos um ciclo virtuoso para potencializar a utilização dos ativos. A pecuária desempenha um papel de ‘terceira safra’, permitindo a engorda dos animais e aumentando a fertilidade das terras, por conta da deposição de nutrientes orgânicos. Após o período de engorda nas fazendas, os animais são vendidos e seguem o fluxo da cadeia produtiva de produção de proteína", comenta.
Para implementar a prática, o grupo fez pequenos ajustes em suas propriedades. Entre elas, houve a construção de cercas formando os piquetes para rodízio, confecção de coxos de alimentação, bebedouros e aquisição ou aluguel de alguns equipamentos para mistura e fornecimento da ração. Um veterinário coordena a atividade na empresa e foram realizados treinamentos para os colaboradores, visando esta nova atividade.
Resultados positivos
A Integração Lavoura-Pecuária está trazendo retorno positivo. No faturamento total da empresa em 2020, a prática foi responsável por mais de R$ 32 milhões. "O resultado financeiro destes projetos é importante para a companhia, uma vez que se trata de uma receita adicional aos nossos principais produtos que são as commodities agrícolas, ou seja, representa a otimização do uso dos nossos ativos e um sistema de produção mais sustentável. Conseguimos melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do nosso solo. Por meio da palhada e excrementos dos animais, há uma excelente ciclagem de nutrientes, com incremento de carbono orgânico ao solo, trazendo maior sustentabilidade, com ambiente mais estável e maior potencial produtivo nas culturas da soja, milho e algodão", exemplifica Lunardi.
O sistema ILP possibilitou a empresa a alcançar patamares de produção acima da média do agronegócio no Brasil e no mundo na safra 2020/21. “Na soja, atingimos pelo terceiro ano consecutivo recorde de produtividade da empresa, ficando 8,1% superior ao orçamento inicial e 15,4% acima da média nacional. O milho segunda safra, em relação à média nacional ficou 34,4% superior e o algodão atingiu 1.779kg por hectare, 5,4% superior a produtividade atingida na safra anterior", avalia Lunardi.
Para os próximos anos, a empresa projeta expandir a prática para outras propriedades. "Com o amadurecimento dos projetos e através do fortalecimento das parcerias com fornecedores e clientes deste segmento, daremos continuidade ao crescimento da nossa integração lavoura pecuária, gerando mais receita por hectare físico e, ao mesmo tempo, tornando nosso sistema produtivo mais sustentável nas esferas ambiental, social e financeira", finaliza.
Fonte: Agrolink
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