O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou, nesta quinta-feira (23/9), o valor adicionado (VA) do setor agropecuário de 1,7% para 1,2% em 2021. As reduções nas estimativas de produtividade e produção no milho e um cenário menos favorável para a produção de leite foram os motivos considerados para os ajustes feitos pelos pesquisadores do Grupo de Conjuntura do Ipea.
De acordo com o levantamento divulgado pelo Ipea, o valor adicionado da produção vegetal em 2021 também foi revisto para baixo: de 1,7% para 1,2%, devido à revisão para a estimativa de produção do milho, que deve apresentar queda de 15,5% - de acordo com levantamento do IBGE. Apesar disso, o resultado para o componente deve ser positivo, sustentado pelas significativas altas nas produções de soja (+10,1%), arroz (+4,3%) e trigo (+32,9%). Entre as culturas com maior participação no VA deste componente, a soja é a única que apresenta perspectiva decrescimento no ano. As demais culturas de maior importância devem influenciar negativamente para o resultado deste componente por questões climáticas: milho (-15,5%), cana-de-açúcar (-3,7%) e café (-21,2%).
A produção animal foi revista com alta de 1,8% para 1,2% este ano. Apesar do crescimento na produção de aves (+6,8%), suínos (+8,7%) e ovos (+1,4%), a projeção é de queda nos dois produtos com maior participação no valor adicionado: bovinos (-0,9%) e leite (-0,4%). Entreesses, a revisão da projeção para o leite foi a principal responsável pela estimativa de crescimento mais baixo para a produção animal. Pedro Garcia, pesquisador associado do Ipea e um dos autores da nota, lembra que "o aumento do custo de produção é um fator que tem desincentivado a produção de leite". Apesar da leve recuperação no consumo de carne bovina, a alta no preço da proteína e o impacto negativo da pandemia sobre o mercado de trabalho resultaram em um cenário mais desfavorável.
Já para 2022, a estimativa foi revisada marginalmente com alta de 3,3% para 3,4% no valor adicionado do setor agropecuário, com crescimento de 2,2% na produção animal (ante alta de 1,8% na publicação mais recente) e 3,9% na produção vegetal (mantida desde a previsão anterior). Há perspectiva positiva por conta de expectativas de crescimento nas culturas de soja e milho; de recuperação do crescimento da produção de bovinos (após dois anos consecutivos de queda) e de nova alta estimada para a produção de suínos.
Fonte: Agrolink
0 comentários
Agradecemos seu comentário! Volte sempre :)