Navigator investe na produção de plantas de eucalipto em cilindros biodegradáveis
terça-feira, janeiro 05, 2021
O investimento de 100 mil euros da Navigator nos viveiros de Espirra, em Pegões, marca o arranque de uma nova etapa da papeleira rumo à produção sustentável de eucalipto globulus. Os habituais tubetes de plástico dão agora lugar a cilindros de substrato envolvidos em papel, biodegradáveis.
O viveiro de Espirra, o maior dos três pólos de produção de espécies florestais de reprodução detidos pela The Navigator Company, fica em Pegões, município do Montijo.
Ali são produzidas anualmente 13 milhões de plantas. Dessas, 8,6 milhões são de eucalipto globulus clonal e 3,7 milhões de eucalipto seminal melhorado a partir de semente testada. Mas também há outras espécies florestais (carrasco, alfarrobeira e nogueira) e mais de 100 espécies arbustivas/aromáticas.
Dezembro de 2020 marca o arranque de uma nova etapa da companhia rumo à produção sustentável de eucalipto globulus. Em vez de tubetes de plástico, a papeleira, que tem como CEO António Redondo, investiu 100 mil euros na instalação de um novo equipamento que permite o enchimento de cilindros de substrato envolvidos em papel, biodegradáveis.
É no interior desses cilindros que, desde há cerca de um mês, têm vindo a ser introduzidas as pequenas estacas de eucalipto globulus, obtidas a partir do parque de 171 mil pés-mãe com 3,7 hectares de área naquele viveiro. É lá que vão crescer ao ponto de serem transplantadas para a floresta. Com os rebentos recolhidos nesse parque de pés-mãe entre os meses de Maio e Agosto, é possível produzir na bio-fábrica cerca de 140 mil estacas por dia. A empresa é o maior produtor mundial daquela espécie de árvore de folha perene e de crescimento rápido, que pode atingir até 55 metros.
A inovação trazida pelo novo equipamento é que o invólucro, em papel, que dali sai passa a acompanhar a planta do viveiro para o terreno, é plantado com ela, degradando-se no solo ao fim de algum tempo.
Reduzir o uso de plástico no processo produtivo
“A ideia é avaliar este sistema de substituição do plástico pelo papel e que permite produzir planta mais rapidamente”, revela ao PÚBLICO Miguel Ferrinho, responsável pelo Departamento de Viveiros da The Navigator Company.
Estamos em presença de um mecanismo que “permite reduzir a utilização de plástico no processo produtivo e demonstrar a versatilidade do papel como alternativa natural a algumas das utilizações desse material”. Isto, embora a transição total para os cilindros em papel não seja para já. “Ainda estamos a avaliar” o comportamento das plantas a partir das primeiras experiências, diz Ferrinho.
Seja, porém, em cilindros de substrato (importado da Finlândia) envolvidos em papel, seja em tubetes de plástico, daquele viveiro de 20 hectares no concelho de Palmela, entre Pegões e Águas de Moura e a cerca de 70 quilómetros de Lisboa, o maior da companhia, saem, diariamente, “um ou dois camiões”.
Cada um transporta cerca de 60 mil plantas Eucalyptus globulus para o terreno, seja para consumo próprio nas áreas florestais sob a sua gestão (mais de 109 mil hectares, 50 mil dos quais em regime de arrendamento), seja para o mercado, para particulares ou para organizações de produtores, fornecedores de madeira e prestadores de serviços
Além disso, a The Navigator Company tem estabelecido parcerias com outros viveiros, disponibilizando sementes e plantas melhoradas de eucalipto, de forma a “potenciar a capacidade de produção de planta melhorada para ser utilizada pelos proprietários florestais”.
Fonte: Público Portugal
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