Com 48 palmeiras no herbário do Amapá, pesquisador aposta na existência de mais espécies
quinta-feira, janeiro 21, 2021
A Amazônia é uma região com uma grande diversidade de palmeiras; estima-se que tem cerca de 250 espécies. Por essa diversidade, há mais de 10 anos o pesquisador Tonny Medeiros busca conhecer mais sobre a família Arecaceae no Amapá, saber quantas espécies existem por aqui e como podem ser utilizadas.
É comum ver palmeiras decorando ambientes, algumas são frutíferas e até medicinais. Em 2017, explica Medeiros, o estado tinha 37 dessas espécies catalogadas; e, com o trabalho científico focado nas palmeiras, a coleção aumentou para 48.
“Até 2017 nós tínhamos apenas 37 espécies registradas para o herbário amapaense, que é a coleção científica de referência para o estado. Isso mostrava que tinha pouca coleta e havia pouco conhecimento a respeito dessas plantas. Hoje nós consideramos e sabemos que já ocorrem 48 espécies de palmeiras. Dessas, 18 são consideradas novos registros para a ciência, ou seja, são plantas que nunca haviam sido coletadas”, destacou Medeiros.
Ele começou a pesquisar especificamente a diversidade florística, conhecimentos e uso das palmeiras. É um trabalho minucioso, com coleta de material da natureza e análise criteriosa das características para desenvolver os estudos relacionados à espécie.
O pesquisador ressalta que as palmeiras são plantas que fazem parte da rotina do morador da Amazônia, tais como o açaizeiro, a bacabeira, entre outros. Essas espécies que, além de dar frutos ricos em nutrientes e até mesmo de onde ribeirinhos conseguem tirar renda, também são importantes para o equilíbrio da biodiversidade.
“As palmeiras correspondem às plantas mais utilizadas pelas populações da região amazônica. As populações utilizam desde os seus frutos, utilizam para construção, e tem o uso medicinal. Essas plantas também são muito importantes com relação ao funcionamento dos ecossistemas pois muitos pássaros, muitos mamíferos dependem delas, e acabam tendo um papel ecológico muito importante”, comentou.
Para Medeiros, as descobertas feitas nos últimos anos indicam que a variedade de espécies pode ser muito maior, basta desbravar a região.
“A partir desse trabalho, portanto, a gente sabe que existe uma diversidade considerável e, ao mesmo tempo, a gente aponta para necessidade de novas coletas porque tem locais que não foram realizadas nenhuma ou poucas coletas, mostrando portanto que ainda há um potencial bem interessante a ser desvendado”, pontuou.
Fonte: G1
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