Evento apresenta pesquisas sobre bioprodutos e bioinsumos da Embrapa Agroenergia
sexta-feira, novembro 27, 2020
Com o tema central “Bioprodutos: agregação de valor às agroindústrias”, a VI edição do Encontro de Pesquisa e Inovação da Embrapa Agroenergia (VI EnPI), que este ano contou com patrocínio da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), teve mais de 300 inscritos e 3 mil visualizações no total. Na abertura do evento, Guy de Capdeville, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, anunciou que a Embrapa irá lançar em breve um edital interno de pesquisa com o tema bioeconomia. “Queremos atuar com bioeconomia de maneira integrada nacionalmente, porém inicialmente para o bioma Amazônia, onde temos hoje nove Unidades de pesquisa envolvidas com várias temáticas relacionadas à sustentabilidade”, disse, ressaltando que a lógica da preservação ambiental está no cerne das discussões e da atuação da Embrapa.
Também na abertura, Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, lembrou que o evento nasceu em 2014 com o intuito de realizar discussões científicas de alto nível. “Além de levar informações de qualidade à sociedade, o encontro contribui para o planejamento estratégico da nossa Unidade com foco na geração de soluções tecnológicas inovadoras”, afirma Alonso.
Em 2020, o VI EnPI teve 41 trabalhos inscritos e aprovados nas três categorias (graduandos, pós-graduandos e profissionais), tanto de profissionais da Embrapa Agroenergia quanto de outras instituições vinculadas à Unidade. A banca examinadora contou com profissionais da Embrapa e de instituições parcerias como UnB, UFG e UTFPR. Devido à pandemia da Covid-19, todas as palestras e mesas-redondas aconteceram em formato on-line.
Sobre a temática escolhida para o evento, bioprodutos, Guy de Capdeville, enfatizou que o Brasil precisa investir em alternativas de biomassas. “Qualquer coisa que a gente venha a trazer para um cenário de produção industrial neste contexto de bioeconomia, não dá para contar com as matérias-primas que nós usamos hoje para a alimentação humana. Precisamos de matérias-primas alternativas, que possam ser escalonadas para a produção nessa nova lógica econômica, para trazer ofertas de novos produtos e substituir os de origem fóssil dentro desse novo contexto”, disse Capdeville.
Segundo o diretor da Embrapa, a temática de bioprodutos com foco na agregação de valor a resíduos e matéria-prima industrial está alinhada ao que o País está de olho e ao que o mundo demanda e abre perspectivas para criar alternativas de ganhos para os produtores rurais e para a sociedade brasileira como um todo.
Cleber Soares, diretor de Inovação para a Agropecuária, representando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), disse que o MAPA tem construído uma agenda robusta alinhada à temática da bioeconomia. “A ministra Tereza Cristina tem trabalhado duramente para construir novos drivers para o agronegócio brasileiro, alinhados à temática da sustentabilidade”, afirmou.
Cleber também falou da meta de descarbonização da matriz produtiva em todos os setores econômicos, em especial aos ligados ao agronegócio, e citou outros eixos que vêm sendo trabalhados pelo MAPA, tais como a digitalização da agricultura, a inovação aberta, a bioeconomia agrícola e os bioinsumos.
“No dia 27 de maio lançamos o Programa Nacional de Bioinsumos e, nesse pouco tempo, já foram registrados mais de 60 novos produtos classificados como bioinsumos. Verificamos também um crescimentos de startups e fundos investindo neste setor. Por isso não temos dúvida de que a agricultura no Brasil será cada vez mais de base biológica”, concluiu.
O deputado federal Alexis Fonteyne, presidente da Frente Parlamentar Mista pela Inovação na Bioeconomia, falou da importância de ter uma empresa como a Embrapa para desenvolver o potencial brasileiro na agricultura. “Precisamos ter uma base científica e um grupo de pessoas capazes de desenvolver e identificar o potencial brasileiro, sempre vinculado à iniciativa privada”, ressaltou.
A abertura do evento pode ser vista aqui.
Bioinsumos
O seminário “Agroenergia em Foco”, realizado dentro da programação do VI EnPI, deu ênfase especial este ano ao desenvolvimento de novos bioinsumos e bioprodutos para uso na agropecuária nacional. O tema foi escolhido em alinhamento com as diretrizes do MAPA, que em maio deste ano lançou o Programa Nacional de Bioinsumos.
“Ao pensarmos na moderna bioeconomia, que se consolida a cada dia no Brasil e no mundo, duas grandes cadeias de valor se destacam ao lado da própria produção de alimentos, que são as cadeias de biocombustíveis/bioenergia e de química de renováveis/bioprodutos”, lembrou Alexandre Alonso, Chefe-geral da Embrapa Agroenergia.
Segundo ele, considerando que esta última cadeia é relativamente mais nova, faz todo o sentido promover um amplo debate sobre o tema: “É preciso pensar em como podemos atuar de maneira decisiva na obtenção de novos bioprodutos e bioinsumos que beneficiarão não apenas a agropecuária brasileira, mas toda a sociedade”, disse Alonso, destacando que a temática está totalmente alinhada à estratégia de atuação da Embrapa Agroenergia.
A primeira mesa redonda, no dia 24, foi dedicada ao tema bioinsumos. Alessandro Cruvinel Fidelis, coordenador-geral do Programa Nacional de Bioinsumos do MAPA, iniciou a tarde de debates com a palestra “Programa Bioinsumos do MAPA: como o programa agiliza a pesquisa e o registro de novos produtos”.
Em seguida, Tatiane Almeida do Nascimento, chefe da Divisão de Registro de Produtos Formulados do MAPA, falou sobre “Agrotóxicos no Programa de Bioinsumos”. Logo depois, Ranyse Barbosa Querino da Silva, gestora de Ativos do Portfólio de Insumos Biológicos da Embrapa, falou sobre “Como a Embrapa tem atuado no tema Bioinsumos” e, finalizando as palestras, João Pedro Cury, diretor-executivo da empresa Santa Clara Agrociência Industrial, compartilhou a experiência da empresa proferindo a palestra “Bioinsumos na Santa Clara Agrociência Industrial”.
As palestras sobre bioinsumos podem ser acessadas aqui.
Bioprodutos
No dia 25, o debate teve como temática os bioprodutos. A tarde teve início com a palestra “Bioprodutos: panorama da indústria no Brasil”, proferida por Thiago Falda Leite, presidente executivo da ABBI. Em seguida, Silvio Silvério da Silva, diretor da Escola de Engenharia de Lorena (USP), falou sobre “Produtos de base biológica de biomassa lignocelulósica” e Fernanda Hoelscher, pesquisadora do Laboratório de Biotecnologia Industrial da Rhodia Grupo Solvay, falou sobre “Bioprodutos na Rodhia”. Fechando a tarde de debates, Hélio Ushijima, representante da Cargill Agrícola, abordou o tema “Bioprodutos e Oleoquímicos para Agroindústria”.
As palestras sobre bioprodutos podem ser acessadas aqui.
InovAR reuniu empresas do setor de celulose e têxtil
Uma novidade trazida pelo VI EnPI foi a realização do evento InovAR – Diálogos de Inovação Tecnológica, ocorrido na manhã do dia 25 e aberto ao público externo. A ação teve como objetivo prospectar demandas do mercado na área de bioprodutos e materiais renováveis para fins de cooperação e codesenvolvimento de novas soluções tecnológicas.
Além da Biominas Brasil, parceira na realização do InovAR, participaram da reunião as empresas Suzano (de desenvolvimento de celulose e biorrefinarias) e a Associação da Indústria Têxtil e Confecção (ABIT).
Para assistir o InovAr, clique aqui.
Fonte: EMBRAPA
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