Como as tecnologias impactam na produtividade?
terça-feira, outubro 27, 2020
A produtividade do Agronegócio brasileiro segue batendo recordes e por trás desse desempenho já tem muita tecnologia aplicada. Unânime entre os debatedores, a conectividade é o grande gargalo que impede o desenvolvimento ainda mais forte na eficiência do campo.
De acordo com dados divulgados pela assessoria, a utilização de algoritmos e inteligência artificial já é uma realidade na Terra Santa com comprovação de impacto direto na produtividade. Para João Teodoro o planejamento agrícola com base em dados é capaz de proporcionar resultados exponenciais.
Na Coopercitrus, a tecnologia tem sido a maior aliada. Os projetos de agricultura de precisão respondem por 22% do aumento de produtividade. Hoje, a cooperativa já opera com 40 mil propriedades geomonitoradas por sistemas. Segundo Fernando Degobbi, agregar soluções digitais à agricultura de precisão tem gerado resultados muito expressivos em economia de sementes, defensivos agrícolas, entre outros importantes componentes do custo da safra. "Hoje, estramos driblando a falta de conectividade com criatividade. Ainda temos muitos processos que operam offline", explica.
Outro desafio da transformação do campo é a integração de dados e plataformas tecnológicas. Vitor Campanelli salientou as diversas origens de informações - imagens de satélites, drones, entre outros - como outro desafio. "Temos muitos dados, mas ainda estão muito fragmentados e em fornecedores distintos. O intercâmbio de informação será crucial daqui para frente", afirmou.
Os fornecedores de tecnologia afirmam que a evolução das soluções para o agronegócio também tem sido muito acelerada. O mercado fala em 5G, inteligência artificial, telemetria, entre outras soluções, mas não vê por parte do Governo uma política específica para o setor.
Já Cleber Soares, do ministério da agricultura, admite o desafio gigante que tem pela frente. Em sua fala, lembrou da agenda do Governo voltada a inovação no campo que tem cinco prioridades: sustentabilidade, bioeconomia, foodtechs, inovação aberta e digitalização. "Ao mesmo tempo que temos alguns produtores já utilizando blockchain, não podemos esquecer que o Brasil é distinto e que em algumas áreas podemos utilizar com muito aproveitamento o 3G e o 2G". Em relação à conectividade, Soares listou a combinação de quatro tecnologias distintas para cobrir todo o território nacional: satélites, telecomunicação (4G/ 3G), fibra + rádio e espaço branco (sinais analógicos utilizados pela TV aberta).
Pedro Valente, da Amaggi, destacou também que o uso da tecnologia exige profissionais qualificados que consigam traduzir dados e informações em análises e ideias práticas para o planejamento futuro.
Do lado da indústria, Ericsson, IBM, NEC e Huawei confirmaram a oferta de tecnologias de última geração especialmente adaptadas ou até concebidas para atender as demandas do setor. "No campo, todo dia é uma novidade e, por isso, o machine learning é fundamental", exemplificou Tiago Fontes da Huawei.
Nesse sentido, a IBM aposta em uma solução que é capaz de integrar dados desestruturados para oferecer soluções já adaptadas para as demandas do agro. "Outra tecnologia que estamos apostando, ao considerar o tamanho territorial do país, é o Edge Computing", disse Carlos Capps. No campo, o aumento de 1% na produtividade pode representar ganhos financeiros enormes. Murilo Barbosa, da Ericsson, apresentou um case da Usina São Martin, que mesmo no primeiro ano já mostrou o poder da conectividade no planejamento e tomada de decisão.
Leandro Galante, da NEC, reforçou a necessidade e atuar na construção desse ecossistema colaborativo que tem como foco o desenvolvimento do setor e do Brasil.
O evento, O Meet Up Agronegócio, contou com as participações de Cleber Oliveira Soares, diretor de inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; José Humberto Teodoro, CEO da Terra Santa Agro; Fernando Degobbi, presidente da Coopercitrus; Pedro Valente, diretor de produção da Amaggi, Victor Campanelli, sócio- diretor da Agro Pastoril Paschoal Campanelli; Murilo Barbosa, vice-presidente de vendas Latam South da Ericsson; Tiago Fontes, diretor de marketing da Huawei; Leandro Galante, head de Open Ran e 5G do Lab da NEC; Carlos Capps, líder de varejo e bens de consumo da IBM; e Caio Bonilha, da Futurion Análise Empresarial, que foi o responsável pela moderação.
Fonte: Portal Agrolink
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