Maior concentração de biodiesel traz ganhos ambientais relevantes, aponta estudo
quarta-feira, agosto 12, 2020
Estudo elaborado pela professora Gisele Gonçalves Bortoleto, do curso de Biocombustíveis da Fatec Piracicaba “Deputado Roque Trevisan”, constatou que a utilização de um combustível com maior concentração de biodiesel pode gerar ganhos ambientais substanciais. Durante o período da pesquisa – setembro de 2019 e março de 2020 – seis ônibus de Piracicaba utilizados no experimento deixaram de emitir cerca de 25 toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera.
Gisele levou em conta o ‘Projeto Experimental B20 – Piracicaba no caminho da sustentabilidade’, lançado em 2019 pela Prefeitura de Piracicaba, através das Secretarias Municipais de Defesa do Meio Ambiente (Sedema) e de Trânsito e Transportes (Semuttran), pela Fatec e pela Via Ágil, a ex-concessionária do transporte urbano municipal.
Durante o estudo, seis ônibus da frota urbana pertencentes à empresa Via Ágil utilizaram diesel com adição de 20% de biodiesel (B20), enquanto outros seis ônibus, que circularam em condições semelhantes, mantiveram o diesel tradicional (B11) para efeito de comparação. “Os resultados de projetos experimentais como o nosso indicam os mesmos de outros similares, como o ‘Biodiesel B20 – O Rio de Janeiro anda na frente’, realizado em 2010”, cita a professora.
Em Piracicaba, os resultados experimentais referentes à emissão de gases do efeito estufa demonstraram que quase 25 toneladas de gás carbônico (CO2) deixaram de ser emitidas à atmosfera.
Relacionado a isso, vale lembrar uma importante pesquisa realizada pelo Instituto Totum e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica. Tal pesquisa estima que cada árvore da Mata Atlântica – considerando as diferentes idades e espécies -, absorve 163,14 kg de CO2 ao longo de seus primeiros 20 anos. “Assim, a não emissão desse total de CO2 equivale ao plantio de 153 árvores”, observa Gisele.
De acordo com a analista ambiental da Sedema, Juliana Gragnani, “o consumo de biocombustíveis em substituição aos combustíveis fósseis contribui para a redução da emissão de gases do efeito estufa, principal responsável pelas mudanças climáticas, e projetos como esse estimulam outras iniciativas semelhantes, contribuindo para que Piracicaba se torne cada vez mais sustentável”.
Em outra frente, o ‘Projeto Experimental B20’ também ofereceu indicadores preliminares (ainda inconclusivos) em relação ao consumo dos ônibus. Uma das hipóteses é de que a utilização de um combustível com maior concentração de biodiesel não necessariamente implique no aumento do consumo do veículo, o que poderia acentuar os custos com abastecimento.
O projeto contou ainda com a parceria de outras empresas do setor privado como Aroma Bioenergia Ltda., que cedeu o tanque para armazenamento do B20, Dorothy Intermediações e Agenciamento Ltda., Raízen, Mann Filter e Piracicaba Eletrodiesel.
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