Período 2015-2019 deve compreender os cinco anos mais quentes da história, diz ONU
segunda-feira, setembro 23, 2019
Manifestantes seguram uma placa em forma de árvore com a mensagem "Torne a floresta tropical novamente grande" durante a manifestação "sextas-feiras para o futuro" no Portão de Brandemburgo, em Berlim Foto: JOHN MACDOUGALL / AFP |
Relatório foi divulgado na véspera de reunião de líderes mundiais sobre o clima
NOVA YORK - A temperatura mundial média de 2015 a 2019 caminha para se tornar a maior de qualquer período de cinco anos já registrada na história, afirma a ONU em um relatório divulgado na véspera de uma reunião de líderes mundiais sobre o clima.
"Atualmente, calcula-se que estamos 1,1°C acima da era pré-industrial (1850-1900) e 0,2°C a mais do que em 2011-2015", destaca o relatório "Unidos na Ciência" da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Os dados mais recentes confirmam a tendência dos quatro anos anteriores, que já eram os mais quentes já registrados desde 1850, quando a temperatura média do mundo começou a ser documentada.
Julho de 2019, quando várias ondas de calor atingiram a Europa, foi o mês mais quente da história.
As indústrias de carvão, petróleo e gás continuaram a crescer em 2018. As emissões de gases de efeito estufa também aumentaram e, em 2019, serão "pelo menos tão altas" quanto em 2018, antecipam os cientistas responsáveis pelo relatório.
A concentração de CO2 na atmosfera alcançaria um novo recorde no final do ano, 410 partículas por milhão, segundo dados preliminares.
No estado atual dos compromissos dos países em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o planeta estará mais quente de 2,9°C a 3,4°C em 2100.
Os cientistas estimam que os esforços anti-carbono dos países devem ser multiplicados por cinco para conter o aquecimento global a mais 1,5°C, conforme previsto no Acordo de Paris de 2015. Ou pelo menos três vezes para contê-lo a mais 2°C, o limite máximo estipulado pelo contrato.
"A diferença nunca foi tão grande" entre o que o mundo quer alcançar e a realidade climática dos países, afirmou o relatório.
Essa é a lacuna que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, deseja preencher na cúpula sobre o clima que ele convocou na segunda-feira, na qual estarão presentes cerca de 60 governantes.
A cúpula ocorrerá três dias após manifestações gigantescas do clima em todo o mundo lideradas por estudantes e na véspera da abertura da Assembléia Geral da ONU em Nova York.
Guterres espera que vários líderes prometam, na cúpula, alcançar a neutralidade do carbono até 2050.
A lista de más notícias sobre o estado do planeta é longa e detalhada no relatório da OMM.
Os cientistas dizem que a elevação das águas oceânicas acelera e seu ritmo aumentou para quatro milímetros por ano, em vez de três, após o derretimento acelerado das calotas polares nos pólos Norte e Sul, confirmado por vários estudos e observações por satélite.
Fonte: Jornal O GLobo
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