Emissões de CO2 podem reduzir valor nutricional dos alimentos
quinta-feira, abril 25, 2019
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Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que efeito estufa e aumento do CO2 podem prejudicar a alimentação humana.
O efeito estufa e as mudanças climáticas já estão no cenário das notícias em todo mundo há certo tempo. Mas o que o aumento das emissões de CO2 (gás carbônico) pode causar além das altas temperaturas? Segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) com elaboração de Kristie Ebi, professora da Universidade de Washington, os altos níveis de CO2 podem destruir o valor nutricional das plantas.
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O estudo foi apresentado no TED em Vancouver, no Canadá, e Elbi afirmou durante o evento que as mudanças climáticas são o menor problema relacionado às emissões de gás carbônico. “Nossa emissão de gases do efeito estufa pela queima de combustíveis fósseis está reduzindo a qualidade nutricional de nossos alimentos”, diz.
Segundo a pesquisadora, diversos efeitos podem diminuir os valores nutricionais dos alimentos e prejudicar o consumo e a atividade agrícola.
“Quando as plantas absorverem um excesso de CO2, sua composição química mudará de forma prejudicial aos seres humanos e animais que dependem deles para a nutrição. Concentrações mais altas de CO2, aumentam a síntese de carboidratos como açúcares e amidos e diminuem as concentrações de proteínas e nutrientes como zinco, ferro e vitaminas B”, apontou Elbi.
A falta de ferro pode levar a anemia e atraso no desenvolvimento. Baixos níveis de zinco contribuem para perda do apetite e a falta de vitaminas do complexo B dificulta a conversão dos alimentos em energia e o funcionamento do corpo. De acordo com Elbi, os animais também são afetados com o aquecimento global.
“Não somos apenas nós. Animais como vacas que dependem de grãos e plantas para a sua dieta produzem carne e leite que contêm menos nutrientes e vitaminas, e as pessoas que comem carne recebem menos desses recursos cruciais”, conta.
Solução
Para resolver o problema e a perda de nutrientes, Elbi reforça que investimentos do governo e de empresas de alimentos podem interferir positivamente nesse cenário. Um dos processos citados por ela é o de adição de vitaminas e nutrientes às sementes.
“A biofortificação, processo de adição de vitaminas e minerais às sementes, tem se mostrado eficaz em partes da África, onde a deficiência nutricional já é um problema significativo, e as plantas podem ser criadas para suportar uma maior diversidade de nutrientes. E, no geral, esses resultados acrescentam mais combustível ao argumento de que devemos trabalhar para limitar as emissões de CO2 o mais rápido possível”, finaliza.
Fonte: Consumidor Moderno
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