Nível de CO2 na atmosfera em 2016 foi o mais alto em 800 mil anos, diz relatório
terça-feira, outubro 31, 2017
Aumento vertiginoso nos últimos 70 anos não tem precedentes, informa a World Meteorological Organization. Concentrações de CO2 são agora 145% mais altas que níveis pré-industriais.
A concentração média global de dióxido de carbono (CO2) voltou a crescer e bateu novos recordes em 2016, com o mais alto nivel nos últimos 800 mil anos, informa boletim divulgado pela WMO (World Meteorological Organization) nesta segunda-feira (30). Segundo a organização, o aumento nos níveis de concentração do gás nos últimos 70 anos não tem precedentes na história da humanidade.
As concentrações de CO2 são agora 145% mais altas que níveis
pré-industriais (antes de 1750): elas atingiram 403,3 partes por milhão
em 2016, ante 400,00 ppm em 2015, devido a uma combinação de atividades
humanas e a uma forte presença do El Niño.
O aumento da concentração de CO2 e de outros gases com efeito estufa
tem o potencial de iniciar mudanças significativas nos sistemas
climáticos, levando a "graves interrupções ecológicas e econômicas",
afirmou o relatório.
O crescimento da população, as práticas agrícolas, o aumento do uso da
terra e o desmatamento, a industrialização e o uso de energia a partir
de fontes de combustíveis fósseis contribuíram para aumentar as
concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera desde a era
industrial, a partir de 1750.
"Sem cortes rápidos nas emissões de CO2 e nas outras emissões de gases
de efeito estufa, estaremos indo para aumentos de temperatura perigosos
até o final deste século, muito acima do objetivo estabelecido pelo
acordo de mudança climática de Paris", disse o secretário-geral da WMO,
Petteri Taalas, em nota. "As futuras gerações herdarão um planeta muito
mais inóspito", disse.
"O CO2 permanece na atmosfera por centenas de anos e nos oceanos por mais tempo. Atualmente, não há varinha mágica para remover este CO2 da atmosfera ", completou.
O Acordo de Paris, assinado por 195 países, assumiu o compromisso de
manter o aumento da temperatura abaixo de 2ºC. O tratado, no entanto, sofreu um forte abalo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgar que o país deixaria o acordo.
"Temos muitas das soluções já para resolver este desafio. O que
precisamos agora é a vontade política global e um novo senso de
urgência", disse Erik Solheim, chefe do grupo de meio ambiente da ONU,
em nota.
O relatório divulgado espera causar impacto nas negociações das Nações
Unidas sobre mudanças climáticas, que serão realizadas de 7 a 17 de
novembro em Bonn, na Alemanha.
Fonte: Globo.com
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