Brasil fará mapa genético do solo de 5 milhões de hectares
quarta-feira, outubro 06, 2021
Um projeto chamado Agro Bioma Brasil promete ser o maior de mapeamento genético do solo no Brasil. Desenvolvida pela startup de biotecnologia Biome4All, com sede em São Paulo, a iniciativa vai avaliar cerca de 5 milhões de hectares de solo cultivável no país, com investimentos de R$ 29 milhões distribuídos em três anos de execução.
O objetivo do levantamento é trazer informações sobre o ganho de eficiência e produtividade agrícola, por meio de estratégias de administração de insumos baseadas no conhecimento da genética do solo. O estudo é inédito no país e engloba culturas como soja, milho, algodão, cana, café e feijão.
Em parceria 110 empresas de consultoria juntas vão promover a análise de solo de 55 culturas ao todo, dentre as mais representativas em seus respectivos biomas e regiões, por área de plantio, custos de produção ou importância estratégica em seu mercado. Entre os resultados esperados estão: conhecimento dos custos de produção em relação a safras anteriores; comparativo entre as estratégias de manejo com ciclos anteriores; mensuração dos ganhos de produtividade versus safras anteriores; compreensão sobre as mudanças na biodiversidade do solo e mensuração do potencial genético do solo para fixar carbono e nitrogênio.
As consultorias parceiras ficarão responsáveis pela definição dos contrastes na produção agrícola, identificação das áreas que serão analisadas e administração das estratégias de manejo do solo. Já a startup vai fazer o sequenciamento genético e bioinformática, aferindo à sua plataforma Agri-Analysis um amplo conjunto de informações sobre a biodiversidade presente do solo, aspectos relacionados à saúde e nutrição das plantas e organismos patogênicos, que irão auxiliar seus parceiros na tomada de melhores decisões.
Os critérios de escolha das áreas a serem analisadas envolvem situações com casos antagônicos a serem comparados em mais de 50 áreas de contraste, como, por exemplo: alta produtividade x baixa produtividade; solos tratados com biológicos x químicos; elevado custo de produção x baixo custo, entre outros.
Leonardo Gomes, CEO e cofundador da Biome4all, explica que o projeto também deve avaliar áreas na América do Sul, Estados Unidos e Europa, totalizando cerca de 10,3 milhões de hectares em suas três etapas. “Estamos construindo um amplo acervo de dados genéticos dos principais solos agrícolas, que nos permitirá identificar padrões e estabelecer correlações com estratégias de tratamento para recuperação de solos degradados e ganhos de eficiência e produtividade no agronegócio, por meio de práticas sustentáveis.”
Fonte: Agrolink
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