Mangaba, pseudocereais, macaúba e estévia são os temas do seminário on line da Embrapa Cerrados desta quinta-feira (08)
terça-feira, julho 06, 2021
O quarto módulo do seminário “Pesquisa e Inovação em Germoplasma e Melhoramento Genético na Embrapa Cerrados” será realizado nesta quinta-feira (08), às 10h. Os assuntos abordados serão mangaba, pseudocereais, macaúba e estévia. Os interessados podem acompanhar por meio do canal da Embrapa no Youtube e da página da Embrapa Cerrados no Facebook.
O pesquisador José Teodoro de Melo vai repassar informações relacionadas às atividades desenvolvidas junto ao Banco Ativo de Germoplasma de Mangaba, implantado no campo experimental da Embrapa Cerrados (localizado em Planaltina-DF) em dezembro de 1999. O local dispõe de 15 acessos de mangaba coletados nos municípios goianos de Padre Bernardo e Cidade de Goiás e no Distrito Federal onde são feitos trabalhos de conservação, caracterização e avaliação agronômica do banco de germoplasma.
Simultaneamente a esse trabalho, também são realizadas pesquisas visando à propagação da espécie. “No decorrer desses últimos anos, foram conduzidos experimentos que permitiram avanços significativos no processo de conservação, domesticação e viabilização do cultivo. Nosso objetivo é desenvolver plantas mais produtivas e adaptadas, a fim de atender às necessidades dos agricultures e dos consumidores”, afirmou o pesquisador.
O programa de melhoramento genético dos pseudocereais (quinoa e amaranto) será o tema abordado pelo pesquisador Walter Quadros. Iniciado nos anos 80, recentemente o programa foi retomado com maior ênfase à quinoa por motivos estratégicos. Nos últimos anos, o banco de germoplasma de quinoa foi reestruturado e caracterizado agronomica e morfologicamente.
Além de buscar produtividade e qualidade comercial e funcional dos grãos, o programa de melhoramento genético dos pseudocereais busca desenvolver materiais de porte baixo para se evitar o acamamento, tolerância à seca para plantio de safrinha e eficiência no uso de água para plantios irrigados. “No caso específico do amarnato, o desafio é maior porque tem-se observado doenças e pragas em um nível maior e com uma produtividade inferior do que a quinoa”, explica o pesquisador.
Segundo Walter Quadros, apesar de os pseudocereais serem ainda um nicho de mercado, a demanda tem crescido substancialmente tanto no mercado interno, quanto externo. “Além disso, a partir dos grãos em si podem ser feitas farinhas, óleos e flocos. Há também a possibilidade de utilização para a fabricação de cosméticos. Por isso, o aperfeiçoamento destas características nas novas cultivares são de extrema importância, pois elas têm alto valor agregado e geram emprego e renda. Além do que, a diversificação do sistema produtivo torna o sistema agrícola mais sustentável”, explicou.
O programa de melhoramento genético da macaúba também será tema desta quarta edição do seminário e será apresentado pelo pesquisador Marcelo Fideles. O programa busca desenvolver cultivares de macaúba para a região do Cerrado com foco na obtenção de materiais com alto rendimento de óleo de polpa, base genética diversificada, baixa incidência de espinhos, baixa abscisão (queda) de frutos e menor altura das plantas.
O Banco de Germoplasma de Macaúba instalado na Embrapa Cerrados tem em seu acervo 108 acessos, representados em cerca de 1.400 plantas. “É um um importante ativo tecnológico que vem sendo conservado, enriquecido e caracterizado”, afirmou o pesquisador. Segundo ele, vários trabalhos já foram feitos pela equipe de pesquisa constatando a grande diversidade genética desse banco, o que representa um rico acervo de fontes de variação a ser explorada pelo programa de melhoramento.
A macaúba é uma palmeira nativa da região do Cerrado e apresenta-se com grande potencial para produção de óleos vegetais – de acordo com levantamento da equipe da Embrapa Cerrados, em populações nativas o potencial de produção de óleo é de 7 a 8 t/ha. “É a espécie com maior potencial produtivo e de geração de coprodutos e que pode responder a crescente demanda mundial por óleos vegetais e biocumbustíveis, compatibilizando, assim, a maior oferta de matéria-prima com a necessidade de sustentabilidade e preservação ambiental”, relata o pesquisador Marcelo Fideles.
O seminário será finalizado com a apresentação de informações referentes ao programa de melhoramento genético da estévia, planta com capacidade de adoçar 300 vezes mais que o acúcar, sem calorias e diurética. Ela é considerada uma alternativa para a diversificação das atividades agrícolas na região do Cerrado. “A alta demanda de estévia pela indústria está em evidência, decorrente de suas propriedades edulcorantes naturais como o esteviol, o qual é uma alternativa para substituição da sacarose em todo o mundo”, explica o pesquisador Fábio Faleiro.
Segundo ele, os trabalhos na Embrapa Cerrados são conduzidos com o objetivo de caracterizar e utilizar o germoplasma de estévia em programas de melhoramento genético visando ao desenvolvimento de cultivares mais adaptadas à região do Cerrado. “Buscamos cultivares com alta produção de fitomassa, com fotoperíodo longo e alto grau de perfilhamento, resitênca a pragas e doenças, maior qualidade de matéria prima e maior longevidade e vigor”, detalhou Faleiro.
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