GFI financiará pesquisas na Amazônia e no Cerrado para novos ingredientes plant-based
segunda-feira, junho 21, 2021
Projeto Biomas destinará até R$ 135 mil por pesquisa que transforme produtos nativos, como babaçu e macaúba, em matéria-prima para a indústria de proteínas alternativas
Lançado pelo The Good Food Institute (GFI) Brasil, o Projeto Biomas vai financiar pesquisas voltadas a transformar produtos vegetais nativos da Amazônia e do Cerrado em ingredientes para a indústria de proteínas alternativas.
Com aporte de até R$ 135 mil por projeto, os estudos deverão se concentrar na investigação de quatro espécies amazônicas (babaçu, guaraná, cupuaçu e castanha-do-Brasil) e três do Cerrado (baru, macaúba e pequi).
Os pesquisadores interessados devem fazer inscrição e envio de suas candidaturas até 15 de julho. Os projetos deverão ser executados em, no máximo, um ano.
Conhecida no mundo como castanha-do-brasil, a semente nativa da Amazônia está cada vez mais pressionada pelo desmatamento (Foto: Terramar Filmes/Sementes do Amanhã)
Castanha-do-brasil, nativa da Amazônia, é uma das espécies contempladas no edital (Foto: Terramar Filmes/Sementes do Amanhã)
Por meio do programa, que conta com aporte de recursos da Fundação Climate Land and Use Alliance (CLUA), o GFI espera criar ferramentas de acesso livre e métodos para o desenvolvimento de alimentos que sejam saborosos e acessíveis.
“No Brasil, temos o privilégio de contar com uma vasta biodiversidade, com potencial para transformar espécies nativas de manejos sustentáveis em ingredientes para o mercado plant-based. As pesquisas deverão estabelecer caminhos para valorização, ampliação das informações tecnológicas das espécies nativas e a ampliação do uso desse enorme potencial natural como ingredientes em produtos vegetais", afirma Katherine de Matos, diretora de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil.
A seleção dos sete produtos nativos ocorreu após levantamento feito pelo próprio GFI Brasil que levou em consideração o potencial técnico e econômico de cada espécie. Para chegar aos resultados econômicos, a instituição utilizou o número de comunidades produtoras, volume de produção e maturidade da cadeia produtiva.
Para a análise de potencial técnico, foram utilizados critérios como a composição química dos produtos, o potencial tecnológico e aspectos nutricionais.
“A potencialidade da flora nativa brasileira não está refletida nos supermercados, nas feiras e muito menos na cozinha do brasileiro. A natureza é rica, entretanto, essa riqueza precisa e deve ser usada com sabedoria. Essa pode ser a grande saída da humanidade para o futuro”, defende Cristiana Ambiel, gerente de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil.
Entre as possibilidades de temas de pesquisa apontadas pelo edital do Projeto Biomas, destacam-se a utilização de resíduos ou subprodutos industriais ou agroindustriais e o desenvolvimento e a otimização de processos por meio de métodos ecológicos, viáveis e simples de serem aplicados na agroindústria e associações extrativistas locais.
Outras sugestões são o desenvolvimento de ingredientes para aplicação em produtos feitos de plantas que melhorem as características sensoriais de aparência, cor, sabor e textura, promovam incremento nos aspectos nutricionais e reduzam o custo no produto final, além do desenvolvimento de produtos com apelo clean label.
Para detalhar e esclarecer dúvidas sobre o edital, o GFI vai promover na próxima quarta-feira (23/6), das 14h às 15h30, o workshop “Entendendo o Programa de Financiamento à Pesquisa Exploratória com foco nos Biomas Amazônia e Cerrado”.
Fonte: Revista Globo Rural
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