Bancos criam Conselho da Amazônia para definir investimentos na região
quarta-feira, agosto 26, 2020
Bradesco, Itaú Unibanco e Santander anunciam nesta quarta-feira, 26, os nomes dos sete integrantes do Conselho Consultivo Amazônia, instância criada para apoiar a implementação das dez medidas propostas pelos bancos para impulsionar o desenvolvimento sustentável da região. Os profissionais escolhidos aportam ao projeto diferentes experiências e conhecimentos sobre as questões sociais e ambientais envolvendo a Amazônia.
Especialistas em sustentabilidade dos três bancos formaram um grupo de trabalho, que já tem se reunido regularmente para propor iniciativas e ações concretas para a região. O grupo de especialistas e reunirá a cada três meses com o objetivo de trazer reflexões sobre as dinâmicas da região e desafiar os bancos quanto à efetividade do impacto das ações propostas.
Conheça os profissionais que aceitaram o convite dos bancos
Adalberto Luís Val, biólogo e pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), é um dos cientistas mais reconhecidos e com maior domínio sobre adaptações biológicas às variações ambientais na Amazônia.
Adalberto Veríssimo, pesquisador associado e co-fundador do Imazon, um dos principais centros de pesquisa e ação estratégica da Amazônia, e diretor de programas do Centro de Empreendedorismo da Amazônia.
André Guimarães, diretor-executivo do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), co-facilitador da Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura, foi vice-presidente de Desenvolvimento da Conservação Internacional (CI), gerente de projetos do Banco Mundial e também dirigiu entidades do terceiro setor, como o Instituto BioAtlântica (IBio) e Imazon.
Carlos Afonso Nobre, cientista destacado principalmente na área dos estudos sobre Mudanças Climáticas e Amazônia e atual responsável pelo projeto Amazônia 4.0, de fomento à Bioeconomia e Bioindustrialização.
Denis Minev, diretor-presidente das Lojas Bemol, co-fundador da Fundação Amazonas Sustentável, do Museu da Amazônia e da Plataforma Parceiros pela Amazônia, foi secretário de planejamento e desenvolvimento econômico do Amazonas entre 2007 e 2009.
Izabella Teixeira, bióloga e doutora em Planejamento Ambiental pela Coppe/UFRJ, foi ministra do Meio Ambiente de 2010 a 2016.
Teresa Vendramini, pecuarista e socióloga, é presidente da Sociedade Rural Brasileira.
“O conceito foi escolher um grupo de pessoas de alta qualificação e notório saber que são comprometidas com a ciência, com a defesa do meio ambiente e com a vida. Estamos bastante seguros que as diferentes visões e formações dos membros do Conselho darão substância e massa crítica ao trabalho de propor e orientar medidas que envolvem o futuro da Amazônia. São desafios não só ambientais, mas também sociais e econômicos”, afirma o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.
“Estamos muito satisfeitos por termos conseguido reunir este grupo altamente qualificado e que conhece profundamente os desafios do Brasil na área ambiental e, mais especificamente, na Amazônia. A colaboração dos conselheiros consultivos será fundamental para que nossa atuação na região seja efetiva e gere os impactos positivos que buscamos”, afirma Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco.
“O conselho funcionará com um grupo de especialistas renomados, responsável por dar o respaldo necessário às nossas propostas para o desenvolvimento sustentável da região Amazônica”, diz Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil. “Para além disso, esses líderes excepcionais utilizarão sua vasta experiência acumulada em áreas de conhecimento complementares para nos ajudar a subir a régua, propondo ações e metas desafiadoras, que provem ser possível gerar riqueza para o País e beneficiar a população local sem sacrificar nossa biodiversidade e recursos naturais”.
O Plano Amazônia inclui 10 medidas que foram construídas a partir de três frentes de atuação identificadas como prioritárias para a região: conservação ambiental e desenvolvimento da bioeconomia; investimento em infraestrutura sustentável; e garantia dos direitos básicos da população da região amazônica.
Medidas definidas pelo plano
1) Atuar visando ao desmatamento zero na cadeia da carne, reforçando diligências internas, apoiando a transição e articulando com empresas e associações para a criação de compromisso setorial.
2) Estimular as cadeias sustentáveis, como a do cacau, açaí e castanha, por meio de linhas de financiamento diferenciadas e ferramentas financeiras e não financeiras.
3) Estimular o desenvolvimento da infraestrutura de transporte mais sustentável, como o hidroviário, com aplicação de metas ambientais, em troca de condições diferenciadas de financiamento.
4) Viabilizar investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social da região, como acesso à energia, internet, moradia e saneamento.
5) Fomentar projetos que visem o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental por meio de instrumentos financeiros de lastro verde, como o Pagamento por Serviço Ambiental (PSA) e Crédito de Carbono.
6) Incorporar os impactos das mudanças climáticas nas políticas de crédito e investimentos de longo prazo e dar ênfase a isso em nossos relatórios.
7) Ampliar o alcance de negócios que promovam a inclusão e a orientação financeira na região.
8) Articular e apoiar a implantação do sistema informatizado de registro de regularização fundiária.
9) Articular a criação de um fundo para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região.
10) Atrair investimentos que promovam parcerias e desenvolvimento de tecnologias que impulsionem a bioeconomia.
Fonte: Amazonas Atual
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