Relatório traça plano para alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050
terça-feira, setembro 24, 2019
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Segundo estimativas, a população mundial vai passar de 7 bilhões de pessoas em 2010 para 9,8 bilhões em 2050. Com isso, a demanda global por alimentos aumentará em mais de 50% e a demanda por alimentos de origem animal em quase 70%. No entanto, atualmente, centenas de milhões de pessoas continuam a passar fome, a agricultura já usa quase metade da terra com vegetação no mundo e as mudanças no uso da terra geram um quarto das emissões anuais de gases de efeito estufa. Diante disto, haverá comida para todos em pouco mais de trinta anos?
Um relatório publicado pelo World Resources Institute (WRI) propõe um série de ações que permitiriam ao mundo alcançar um futuro sustentável de alimentos, atendendo à crescente demanda por comida, evitando o desmatamento e reflorestando ou restaurando terras abandonadas e improdutivas, com alternativas que ajudem estabilizar o clima, promover o desenvolvimento econômico e reduzir a pobreza.
Mas, para atingir esses objetivos, três grandes "lacunas" precisam ser fechadas até 2050. Por um lado, a lacuna alimentar, ou seja, a diferença entre a quantidade de alimentos produzidos em 2010 e a quantidade necessária para atender à provável demanda em 2050. O WRI calcula que essa diferença será de 7,4 trilhões de calorias, ou seja, 56% a mais de calorias do que as que foram produzidas em 2010.
Por outro lado, a distância da terra também preocupa, ou seja, a diferença entre a área terrestre global agrícola em 2010 e a área necessária em 2050, mesmo que os rendimentos das colheitas e das pastagens continuem a crescer. Especialistas do WRI estimam que essa diferença seja de 593 milhões de hectares, uma área quase duas vezes maior que a da Índia.
Por último, a lacuna de mitigação dos gases de efeito estufa precisa ser coberta, isto é, a diferença entre as prováveis emissões anuais de gases da agricultura e a mudança no uso da terra em 2050 (que o WRI estima em 15 gigatons de dióxido de carbono) e uma meta de 4 gigatons que representa a contribuição proporcional da agricultura para manter o aquecimento global abaixo dos 2°C acima das temperaturas pré-industriais.
Portanto, estima-se que essa diferença seja de 11 gigatons. Manter o aquecimento abaixo de um aumento de 1,5ºC exigiria o cumprimento do objetivo de 4 gigatons mais o reflorestamento de centenas de milhões de hectares de terras agrícolas liberadas.
O relatório explora um "menu para um futuro sustentável de alimentos" de 22 itens, que é dividido em cinco medidas que juntas poderiam preencher essas lacunas: (1) reduzir o crescimento da demanda por alimentos e produtos agrícolas; (2) aumentar a produção de alimentos sem expandir a terra agrícola; (3) explorar a redução na demanda por terras agrícolas para proteger e restaurar florestas, savanas e turfeiras; (4) aumentar o fornecimento de peixe através de uma melhor gestão da pesca selvagem e da aquicultura; e (5) reduzir as emissões de gases de efeito estufa da produção agrícola.
Segundo o site saudaveleforte.com.br, para diminuir o crescimento da demanda, seria necessário reduzir a perda de alimentos e resíduos e mudar as dietas dos grandes consumidores de carne para alimentos vegetais. De acordo com especialistas, outras ações seriam evitar a expansão da produção de biocombustíveis e melhorar o acesso das mulheres à educação e saúde, especialmente no continente africano, para acelerar as reduções voluntárias nos níveis de fertilidade.
Fonte: Circuito MT
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