EXCLUSIVO-Votorantim negocia joint venture para investir em energia limpa no Brasil, dizem fontes
quinta-feira, outubro 12, 2017
A unidade de energia do grupo Votorantim está em
conversas com grandes fundos de pensão e fundos soberanos para criar uma
joint venture integrada para investimentos em energia eólica, solar e
pequenas hidrelétricas, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento
direto do assunto.
Fonte: Reuters
A
Votorantim Energia está em negociações com a Canada Pension Plan
Investment Board (CPPIB) sobre a criação dessa plataforma integrada de
energia limpa, disseram as fontes.
Outros
agentes sondados para o negócio incluem o fundo soberano de Cingapura,
GIC, e diversos outros fundos de pensão da América do Norte, disse uma
das fontes.
A Votorantim Energia opera mais de
2,5 gigawatts em usinas hidrelétricas e em plantas de cogeração, além de
estar na fase final das obras de um complexo eólico de cerca de 200
megawatts no Piauí.
Segundo uma das fontes, a
Votorantim já possui a opção de compra de um segundo complexo eólico no
Piauí, próximo ao primeiro parque, com 360 megawatts e já em operação,
que poderia ser incorporado à joint venture quando esta for criada.
O
negócio para a aquisição do complexo, que foi construído pela
desenvolvedora Casa dos Ventos, poderia ser fechado pela Votorantim até
dezembro, disse a fonte, que falou sob a condição de anonimato.
Já
os investimentos do veículo a ser criado pela Votorantim Energia
deverão focar o desenvolvimento de projetos de seu portfólio e de novos
empreendimentos a partir do zero, disse uma segunda fonte, destacando
que aquisições ou participação em leilões do governo federal não serão
uma prioridade.
Nenhuma das fontes quis comentar o tamanho ou o valor estimado da joint venture, cujo lançamento, segundo elas, não é iminente.
Procurada,
a Votorantim disse por meio da assessoria de imprensa que não iria
comentar. O CPPIB, em Toronto, também não quis comentar. A assessoria de
imprensa do GIC em Cingapura não respondeu pedidos de comentários. A
Casa dos Ventos também não comentou.
Maior
grupo industrial diversificado do Brasil, a Votorantim tem investido em
energia para diversificar suas atividades-- que passam por metais,
cimento, celulose e produção de aço-- além de garantir acesso a
eletricidade a preços mais competitivos.
Investimentos em geração
renovável também são vistos como uma fonte de receita estável no longo
prazo, o que atrai o interesse de fundos de pensão e fundos soberanos ao
redor do mundo. SETOR AQUECIDO
O
movimento do grupo Votorantim e suas negociações com os canadenses do
CPPIB e outros fundos também evidenciam o crescente interesse
estrangeiro na indústria de energia limpa e renovável do Brasil, à
medida que o governo tenta impulsionar a contratação de usinas eólicas e
solares e deixa de lado uma política que nos últimos anos priorizou
grandes hidrelétricas.
“Certamente, parece
surgir uma oportunidade de longo prazo para um veículo como esse devido
às condições atuais (do mercado brasileiro de energia) e à mudança de
política em curso”, disse uma das fontes.
Entre
as transações recentes no setor de renováveis estão a negociação da
canadense Brookfield para aquisição da Renova Energia junto às
controladoras Cemig e Light, bem como a compra de ativos da Renova por
outras empresas controladas por estrangeiros, como a AES Tietê, da
norte-americana AES, e a Engie Brasil Energia, da francesa Engie.
A
Votorantim investe em usinas próprias desde o início de sua história,
tendo criado em 1996 a Votorantim Energia. O grupo chegou a ser um dos
principais acionistas da CPFL Energia, uma das maiores elétricas do
país, mas deixou o negócio em 2009.
Atualmente,
a Votorantim Energia opera 33 hidrelétricas e 5 termelétricas, além de
possuir um portfólio de projetos em desenvolvimento, segundo informações
do site da companhia.
A matriz elétrica do Brasil tem como fonte
predominante as hidrelétricas, que respondem por mais de 60 por cento
da capacidade, mas fontes renováveis têm crescido rapidamente, e as
usinas eólicas saíram praticamente do zero para quase 8 por cento da
potência instalada do país ao longo da última década.Fonte: Reuters
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