Moagem de cacau tem alta de 19,26% em janeiro
quarta-feira, fevereiro 23, 2022
A moagem de cacau em janeiro registrou alta de 19,26%, de acordo com levantamento realizado pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Foram moídas 24.164 toneladas de amêndoas de cacau no período, ante 20.261 toneladas registradas no mesmo mês de 2021. Parte importante desse incremento se deve à ampliação da base de informações do SindiDados, que a partir de janeiro de 2022 passou a compilar não só os dados das indústrias associadas à AIPC, mas também de outras empresas que processam cacau no Brasil. “Esse trabalho de ampliação da base de dados é de fundamental importância para a cadeia, porque passa a abranger não só as grandes moageiras, mas também as indústrias menores, inclusive aquelas voltadas para o mercado bean e tree to bar. Com isso, o setor só tem a ganhar, com informações cada vez mais completas e transparentes”, afirma Anna Paula Losi, diretora-executiva da AIPC.
No mês de janeiro, o recebimento de cacau registrou aumento de 113,22%, resultado da melhora da safra, que culminou em maior volume entregue às indústrias e devido à ampliação da base de dados. Ao todo foram 11.791 toneladas, ante 5.530 toneladas de janeiro de 2021. Os números positivos reforçam a recuperação do setor cacaueiro brasileiro, que registrou no acumulado de 2021 um crescimento de 4,43% na moagem de cacau, encerrado o ano com 224.168 toneladas, ante 214.657 toneladas em 2020. Já o volume de amêndoas nacionais recebidas de 2021 teve alta 13,4%, com 197.654 toneladas.
Recebimento por estado
Com exceção de Rondônia, os principais estados produtores de cacau apresentaram aumento no volume enviado às processadoras em janeiro. A Bahia segue na liderança nos recebimentos nacionais de cacau, com 6.835 toneladas em janeiro, superando as 4.267 toneladas de 2021 em 60,2%. O recebimento do Pará, segundo maior produtor do país, também teve alta, com 4.064 toneladas, 444,8% maior em comparação a 2021, quando o recebimento ficou em 746 toneladas. Já o recebimento de amêndoas do Espírito Santo foi de 874 toneladas, aumento de 78,5%, enquanto o recebimento de amêndoas de Rondônia ficou em 17 toneladas, com queda de 37,1%.
Exportação e comercialização de derivados
As exportações de derivados em janeiro de 2022 permaneceram praticamente estáveis em relação ao mesmo período de 2021, com 4.665 toneladas. Entre os principais destinos para os derivados de cacau brasileiros estão Argentina, Estados Unidos e Chile.
Já no mercado interno, os dados de comercialização de derivados se referem ao acumulado de 2021, que registrou alta de 2,45%, fechando o período em 209.415 toneladas, ante 204.401 toneladas em 2020. O número de 2021 representa uma retomada da demanda dos clientes nacionais por derivados e ficou bastante próximo da comercialização registrada em 2019, ano pré-pandemia, quando foram comercializadas 209.297 toneladas de derivados.
Cenário global
Durante o mês de janeiro, os contratos de cacau em Nova York operaram com forte volatilidade diante dos acontecimentos do mês, refletindo desde o avanço da variante Ômicron, até resultados trimestrais de grandes produtores de chocolate, de acordo com a análise feita pela equipe da Stone X exclusivamente para a AIPC. Segundo a consultoria, que monitora o mercado de cacau, ainda que os preços do primeiro futuro tenham oscilado entre US$ 2.408 e US$ 2.695, o encerramento do mês se deu com ganhos de apenas 8 pontos em um cenário positivo para os preços a partir da relação de oferta e demanda, com dados de moagens regionais elevados na comparação anual e recebimentos de cacau nos produtores africanos apresentando quedas recorrentes. Por outro lado, a aversão ao risco provocada pelas tensões geopolíticas no leste europeu exerceu forte pressão ao cacau, assim, contrapondo-se aos suportes citados anteriormente e levando o mercado a operar com saldo praticamente inalterado. “Ainda assim, tal contexto continua a apontar um déficit para a disponibilidade de cacau durante a safra 2021/22, sugerindo que o mercado deve dar continuidade à busca por patamares mais elevados no curto e médio prazo”, pondera o analista da Stone X, Caio Campos.
Fonte: Agrolink
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