Live com especialista revela caminhos para desenvolvimento sustentável na Amazônia
sábado, maio 22, 2021
Para celebrar o Dia Internacional da Biodiversidade, comemorado neste sábado (22), e debater a riqueza da Floresta Amazônica e os desafios para conter o desmatamento e desenvolver a região de maneira sustentável, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) promoveu a live “Bioeconomia como eixo estruturante do desenvolvimento sustentável na Amazônia” nesta sexta-feira (21). O evento foi patrocinado pela Secretaria de Modernização, Gestão Estratégica e Socioambiental (SMG) da Corte Eleitoral e mediado pelo titular da pasta, Bruno Andrade.
A live contou com a palestra do pesquisador Matheus Kelson, da Universidade de Freiburg, na Alemanha, que destacou o valor da bioeconomia e as dificuldades de se produzir mudanças na trajetória socioprodutiva da região amazônica.
Matheus ressaltou também a importância de criar uma estratégia multissetorial entre o Estado brasileiro e instituições da sociedade para formar conglomerados de pesquisa, desenvolvimento e operacionalização da bioeconomia baseada na biodiversidade da região.
O pesquisador é graduado em relações internacionais pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), com especialização em Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Questões Globais. É mestre em Governança Ambiental pela Universidade de Freiburg (2019). Sua trajetória profissional é ligada à sustentabilidade, com foco em política climática, sustentabilidade urbana e governança ambiental.
Biodiversidade
Os números expressivos ligados à Floresta Amazônica dificilmente podem ser usados para outras regiões do planeta e justificam a preocupação mundial em preservá-la. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, a Amazônia contém a maior biodiversidade do planeta, cerca de 15%.
Vivem na floresta 60 mil espécies de plantas, mamíferos, répteis, invertebrados, anfíbios, peixes e pássaros. Cerca de 8% do ambiente amazônico tem uma composição de espécies praticamente única. A região dispõe de mais de 600 tipos diferentes de habitats terrestres de água doce. Entre 1999 e 2009, mais de 1.200 espécies foram descobertas na Amazônia, o que mostra que a floresta ainda tem muito a revelar.
Na abertura do evento, Matheus salientou que o Brasil encara toda essa riqueza ambiental e o fato de a Floresta Amazônica fazer parte do país de uma maneira errada. “A conservação da Amazônia no Brasil sempre foi vista como um custo, como se fosse um fardo que o país tivesse de carregar. Essa visão compromete a integridade do patrimônio ecológico do Brasil e desperdiça um potencial de desenvolvimento para o país”, disse.
Impactos e caminhos
Sobre os impactos econômicos, sociais e ambientais com o desmatamento, causado principalmente pela pecuária, Matheus assinalou que os efeitos para o clima global e brasileiro são muito severos, com risco de savanização da Amazônia e de desertificação na região Sudeste, a mais populosa do país. Ele disse, ainda, que tais impactos podem afetar a agricultura da região Centro-Oeste, com possíveis consequências para o planejamento hídrico do país.
“A questão principal é pensar em um modelo de desenvolvimento de ocupação da Floresta Amazônica mais sustentável, mantendo ela em pé, tendo em mente tudo o que está ali presente. Um modelo que esteja baseado na biodiversidade da região e que viabilize o desenvolvimento socioeconômico local”, explicou Matheus Kelson.
Ele enfatizou que a ideia de economia circular, na qual se baseia a bioeconomia, é conectar diferentes indústrias e atividades nas quais o resíduo de um processo produtivo possa servir de insumo para outro processo produtivo, deixando menos rejeitos. “Se conseguirmos ampliar nosso olhar e seguir por um novo caminho, depois dessa transição, certamente iremos vislumbrar que tem algo muito melhor nos esperando à frente para a região”, disse ele.
Antes de apresentar o tema bioeconomia, Matheus explicou o termo, que é relativamente novo: conjunto de atividades econômicas nas quais a biotecnologia contribui de forma central para a produção primária e da indústria e, especialmente, quando ciências biológicas avançadas são aplicadas na conversão de biomassa em materiais químicos e combustíveis.
Fonte: TSE
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