Gigante brasileira adota “agricultura regenerativa” e constrói fábrica de bioinsumos
terça-feira, abril 20, 2021
Uma das maiores empresas de agronegócio do Brasil, a Scheffer anunciou a adoção do sistema de “agricultura regenerativa” e a construção de sua própria fábrica de bioinsumos, revela o portal especializado AgroPages. Com essa decisão, a empresa é a primeira propriedade rural brasileira certificada com o selo do programa “regenagri” criado pela organização global Control Union.
A “agricultura regenerativa” é um sistema que utiliza menos agroquímicos, mais produtos biológicos e preserva a biodiversidade. Trata-se de um conjunto de práticas agrícolas que permitem manter e recuperar a “saúde” do solo, melhorando suas propriedades físico-químicas e aumentando biodiversidade nativa.
Pode ser definida a partir de quatro aspectos: o aumento da matéria orgânica no solo, a preservação da biodiversidade local, o sequestro de carbono e a gestão de recursos hídricos. Na base, está o conceito de que um ecossistema saudável é composto por plantas menos vulneráveis a ameaças fitossanitárias com boa produtividade. O programa “regenagri” certifica e monitora o desempenho das empresas no uso de técnicas agrícolas mais sustentáveis, durante cinco anos, por meio de um hub digital.
Hoje, a Scheffer conta com uma área produtiva total de 4.055 hectares monitorados, nas culturas de algodão e soja. A empresa possui uma equipe especializada que atua exclusivamente com a agricultura regenerativa no desenvolvimento de técnicas para expandir para todas as outras Unidades de Produção da empresa.
“Percebemos que a agricultura convencional está menos rentável e sustentável. A cada ciclo, é preciso aumentar o uso de químicos no controle sanitário, o que, ao mesmo tempo, aumenta a capacidade de resistência de pragas e doenças. A única solução é preservar, nutrir e usar a biodiversidade a nosso favor”, argumenta Guilherme Scheffer, diretor da empresa.
Muitas das técnicas agrícolas consideradas regenerativas já são aplicadas pela Scheffer em todas as suas unidades produtivas. A empresa tem reduzido o uso de insumos químicos e ampliado o emprego de defensivos biológicos contra pragas e doenças das lavouras. Além disso, pratica o plantio direto, no qual a semeadura é feita diretamente no solo com palhada, sem arar ou gradear a terra – entre outras iniciativas sustentáveis.
O desafio, agora, é ampliar as práticas ainda mais, mantendo o desempenho econômico-financeiro da empresa. “O hub digital do regenagri nos permite ver as iniciativas que já funcionam e podem ser ampliadas e onde devemos melhorar, investindo ainda mais”, explica o executivo.
Fábrica de biodefensivos
A Scheffer também adequou sua infraestrutura produtiva e construiu um laboratório próprio para análise de microrganismos e uma indústria de bioinsumos que produz, armazena e já distribui produtos biológicos para as outras unidades da companhia. A empresa tem reduzido o uso de insumos químicos e ampliado o emprego de defensivos biológicos contra pragas e doenças das lavouras.
Possui ainda uma Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI) que reaproveita 100% de seus resíduos. A água é destinada para irrigação de jardins, e o resíduo sólido é decomposto para gerar o biochar, usado como adubo nas lavouras.
Recentemente, adquiriu uma mineradora de fósforo, que produz um fertilizante 100% nacional, sem adição de químico e de alta solubilidade, que resulta em uma liberação gradual do fósforo, minimizando a fixação do nutriente no solo e fornecendo fósforo para a cultura ao longo de todo seu ciclo.
A Scheffer tem sede em Cuiabá (MT) e oito unidades produtivas distribuídas entre Mato Grosso, Maranhão e Colômbia. São ao total 225 mil hectares de área cultivada para a produção de soja, algodão, pasto, bovinocultura e eucalipto.
Fonte: Portal Agrolink
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