Emissões globais de CO2 terão segundo maior aumento da história em 2021, diz Agência Internacional de Energia
terça-feira, abril 20, 2021
Relatório da entidade apontou aumento de 1,5 bilhão de toneladas nas emissões para este ano, motivadas por uma recuperação na demanda de carvão no setor de energia. Crescimento do carvão neste ano deve ser 60% maior do que o de todas as energias renováveis juntas.
As emissões globais de gás carbônico (CO2) terão o segundo maior aumento da história em 2021, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE) em seu relatório anual sobre energia global, divulgado nesta nesta terça-feira (20). O aumento nas emissões será de 1,5 bilhão de toneladas.
Segundo o relatório, o crescimento das emissões será motivado pela recuperação na demanda de carvão, principalmente no setor de energia. O crescimento do carvão neste ano deve ser 60% maior do que o de todas as energias renováveis juntas.
Veja outros pontos do relatório:
A demanda global de energia deve aumentar 4,6% em 2021. O aumento é maior do que a redução de 4% vista em 2020 e está 0,5% acima dos níveis de 2019.
Quase 70% do aumento projetado na demanda global de energia ocorre em mercados emergentes e economias em desenvolvimento – onde a demanda deverá aumentar para 3,4% acima dos níveis de 2019. O uso de energia em economias avançadas deve ficar 3% abaixo dos níveis anteriores à pandemia.
A demanda global de carvão deve crescer 4,5% neste ano – ficando mais alta do que em 2019 e perto de seu pico, em 2014.
A demanda de petróleo também está se recuperando rapidamente, mas, com o setor de aviação ainda lento, deve ficar abaixo do pico de 2019.
O crescimento das energias renováveis está acelerando, com a energia solar e eólica registrando aumentos recordes.
A eletricidade renovável deve crescer mais de 8% em 2021, sendo responsável pela maior parte do aumento no fornecimento de energia global. Quase metade do crescimento vem da China, seguida pelos Estados Unidos e União Europeia.
Por outro lado, com o aumento na demanda por carvão, 80% da queda de emissões em 2020 seria revertida, com as emissões terminando apenas 1,2% abaixo dos níveis de 2019.
"Nosso novo relatório mostra que as tendências globais de emissões de CO2 relacionadas com a energia são terríveis. Se os governos não agirem agora para acelerar a mudança dos combustíveis fósseis para a energia limpa, as coisas vão piorar em 2022", afirmou.
O diretor lembrou que, nesta semana, ocorrerá a "Cúpula dos Líderes sobre o Clima". A reunião, para a qual o presidente Jair Bolsonaro foi convidado, deverá ter 40 líderes mundiais, marcando a preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP26 – prevista para acontecer de 1º a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.
No encontro, os Estados Unidos vão anunciar a meta americana de redução de emissões de gases estufa até 2030. Os americanos são o segundo maior emissor desses gases do mundo, perdendo apenas para a China.
O intuito das metas é que cada país determine o seu objetivo nacional de modo a evitar que a temperatura do planeta aumente mais que 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.
Fonte: G1
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