Estudos preliminares sobre colheita e armazenamento de frutos de macaúba
sexta-feira, setembro 11, 2020
Introdução: A palmeira de macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.) é considerada uma das espécies de palmeiras com maior potencial de produção de óleo vegetal no Brasil com produtividade de 4 a 6 toneladas de óleo/ ha/ano, produtividade cerca de dez vezes maior do que a soja (Rodrigues, 2018).
No Brasil, a palmeira macaúba apresenta concentrações populacionais expressivas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo amplamente espalhada pelas áreas de Cerrado (Bhering, 2009). No Nordeste brasileiro, também há a ocorrência de maciços de macaúba.
O Brasil é hoje o segundo maior produtor mundial de biodiesel, e a macaúba tem sido considerada como uma oleaginosa alternativa visando contribuir como matéria prima para elaboração de biodiesel. Apesar de estudos avançados na domesticação, sua exploração ainda ocorre principalmente por meio da coleta dos frutos em grandes populações naturais (extrativismo).
No sistema extrativista, a maior parte dos frutos é coletada no solo (Lima, 2011), após abscisão natural. Esse sistema de colheita acarreta muitos problemas de qualidade pós-colheita dos frutos, sendo um entrave que deve ser superado, estudando-se novos processos de colheita e pós-colheita dos frutos (Mota et al., 2011).
A coleta tardia dos frutos caídos no solo, bem como o armazenamento em condições inadequadas, leva à degradação do fruto por microrganismos associados à planta e presentes no solo, causando a perda da qualidade do fruto e de seus óleos, com a consequente diminuição da possibilidade de aproveitamento nos diversos setores de aplicação (Cavalcanti-Oliveira et al., 2015; Queiroz, 2016).
Nesse sentido, são necessários estudos com foco na tecnologia pós-colheita, visando ao armazenamento dos frutos com preservação da qualidade do fruto fresco ou recém-colhido (Mota et al., 2011).
A macaúba apresenta desenvolvimento lento do fruto, com duração de quase 1 ano. No final da maturação, ocorre à abscisão natural dos frutos que acontece no período de setembro a dezembro (Salis; Mattos, 2009) e a maior disponibilidade de frutos maduros ocorre entre outubro e dezembro, período reconhecido como o da safra da macaúba (Lorenzi et al., 2011).
O conhecimento da maturação dos frutos de macaúba é determinante para que a colheita seja realizada quando o fruto apresente maior quantidade e qualidade de óleo (Costa et al., 2017). Motoike et al. (2013) também afirmaram que o uso eficiente dos frutos para extração de óleo ainda é limitado pela escassa informação sobre a maturação dos frutos. Parâmetros físicos e químicos da polpa são indicadores do adequado momento de colheita, já que esta parte do fruto apresenta o maior conteúdo de óleo (Mota et al., 2011).
O objetivo do estudo foi analisar características relacionadas à produção de quantidade e rendimento de óleo de frutos colhidos após a abscisão, por queda natural, e frutos colhidos de cachos inteiros com posterior armazenamento em diferentes períodos, a fim de contribuir para boas práticas relacionadas ao manejo de colheita e pós-colheita para macaúba.
Fonte: BOLETIM DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO 355 - Embrapa
Boletim completo disponível para download aqui.
0 comentários
Agradecemos seu comentário! Volte sempre :)