Caracterização cromatográfica e avaliação da atividade antimicrobiana do extrato pirolenhoso obtido a partir de biomassas residuais
sexta-feira, novembro 08, 2019
Fonte: Google
Autor: Wedja Timóteo Vieira
Resumo: O processamento de biomassas para obtenção de produtos químicos de alto valor agregado tem se tornado mais evidente nos últimos anos. O Brasil, por gerar uma quantidade considerável de resíduos tem grande capacidade de aproveitamento desses materiais. Nessa vertente, a pirólise é inserida como um processo termoquímico de transformação da biomassa que ocorre na ausência total ou parcial de oxigênio originando compostos de cadeias mais curtas como gases não condensáveis, biochar e produto líquido. O extrato pirolenhoso que é parte do produto líquido tem ampla aplicação como fungicida, herbicida e inseticida. Por se tratar de uma mistura complexa algumas técnicas de separação e identificação como a cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas GC/qMS são úteis no mapeamento dos compostos ali presente. Isto posto, o trabalho a seguir teve como objetivo a caracterização cromatográfica do extrato pirolenhoso obtido a partir de diversas biomassas residuais e o estudo da atividade antifúngica desses extratos frente a fungos causadores de onicomicoses, que se trata de uma micose superficial na unidade ungeal. As biomassas residuais estudadas foram endocarpo do coco, endocarpo do dendê, endocarpo da macaúba, endocarpo do ouricuri, eucalipto e semente de açaí para as quais foram feitas caracterizações como densidade, análise elementar, análise imediata, TG/DTG e FTIR. Foi realizado um planejamento experimental 2³ para determinar as melhores condições de pirólise em termos de rendimento em produto líquido com endocarpo coco, cujas melhores condições foram aplicadas as demais biomassas. Os fatores avaliados foram temperatura (400 e 600 ºC), taxa de aquecimento (10 e 50 ºC/min) e tempo de residência (1 e 2 h). Os efeitos significativos foram taxa de aquecimento e tempo de residência, nos níveis inferior (400 ºC) e superior (2 h), respectivamente. Os compostos do extrato pirolenhoso foram identificados por GC/qMS, onde os compostos majoritários tentativamente identificados pertecem ao grupo dos fenóis com área até 74,64% para extrato pirolenhoso do endocarpo do ouricuri (EP-OU), 51,15% para extrato pirolenhoso da semente do açaí (EP-SA), 19,22% para o extrato pirolenhoso do endocarpo do dendê (EP-DE) e 10,22% para extrato pirolenhoso do endocarpo do coco (EP-CO), seguido do grupos das cetonas com 69,77% para extrato pirolenhoso do endocarpo de dendê (EP-DE) e com 39,24% para extrato pirolenhoso do endocarpo do coco (EP-CO). Os compostos do grupo químico dos aldeídos foram identificados com áreas mais significativas para o extrato pirolenhoso da semente de açaí (EP-SA) com 31,56% e para extrato pirolenhoso do endocarpo do coco (EP-CO) com 16,66%. Dos testes de suscetibilidade realizados inferiu-se que os halos de inibição do extrato pirolenhoso sem nenhum processo de extração foram de 60-90% mais expressivos que os halos de inibição do extrato pirolenhoso após extração com diclorometano. Para o fluconazol (25 mg/L), um antifúngico comercial e o extrato pirolenhoso, foi possível perceber que o extrato apresentou halos de inibição para todos os fungos e bactérias em estudo, enquanto o fluconazol (25 mg/L) não exerceu atividade antifúngica suficiente para o Fusarium sp. I, Fusarium sp. II e Microsporum gypseum nem para a bactéria Staphylococcus aureus. Todos os extratos pirolenhosos avaliados por testes de disco difusão em ágar por poços apresentaram atividade frente aos fungos causadores de onicomicoses.
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Fonte: Repositório UFAL
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