Se todos os países aderissem à dieta vegana, a pegada de carbono diminuiria em 70%, diz estudo
quarta-feira, setembro 18, 2019
A dieta vegana é a mais sustentável para o planeta, já a vegetariana pode não ser tão benéfica quanto a maioria das pessoas imagina
Dietas livres de carne tem sido apontadas como as mais sustentáveis para o planeta. Porém, um estudo realizado pela Universidade John Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, aponta que optar por uma alimentação mais flexível pode ser ainda mais eco-friendly.
As análises avaliaram o impacto ambiental causado pela rotina alimentar em 140 países. Os resultados apontam que deixar de comer carne e apostar em laticínios e ovos como fonte de proteína pode causar uma pegada maior de carbono do que deixar de consumir apenas carne vermelha, optando por refeições ora vegetarianas, ora com peixes. Esse tipo de dieta é popularmente chamada de flexetariana. Outro modelo que poderia ajudar a salvar o planeta é apostar em muitas frutas e vegetais, ingerindo carnes apenas uma vez ao dia. Os cientistas chamam esse método de dieta "dois terços vegana".
Contudo, segundo os dados, estamos longe de alcançar essa missão, uma vez que o Brasil é o terceiro país que tem a maior pegada de carbono gerada pela alimentação, perdendo apenas para a China e para a Índia. E nossas atitudes podem refletir no mundo todo. O relatório cita as recomendações feitas em 2014 pelo Ministério da Saúde, as quais enfatizam uma alimentação à base de plantas. Porém, a alta exportação da carne tende a pender para um outro lado. "O Brasil, por exemplo, foi o principal exportador de carne bovina (com base em dados médios de 2011 a 2013) e estava no quartil superior da intensidade de gases do efeito estufa na produção de carne bovina. Juntamente a outros grandes exportadores intensivos, como Índia e Paraguai, as exportações brasileiras de carne bovina contribuíram para as grandes pegadas de carbono das dietas em países como Chile, Hong Kong, Kuwait, Venezuela e Israel", detalham os cientistas no artigo final.
Dessa forma, o relatório aponta que a produção e o consumo de carne não podem ser mantidos nos níveis atuais. Em um cenário hipotético e geral, se todos os 140 países avaliados aderissem a uma dieta vegana, a pegada de carbono no planeta cairia 70%. O problema da dieta vegetariana, portanto, se concentra apenas na ingestão de laticínios e ovos, que pedem vastos terrenos para pastagem e usam muita água no processo do campo até as nossas mesas. Por isso, o relatório também defende uma dieta chamada de "baixa cadeia alimentar", a qual é predominante em plantas e complementada por peixes forrageiros, moluscos bivalves e até insetos. "[Ela] oferece maior flexibilidade ao permitir uma ingestão modesta de produtos de origem animal com benefícios ambientais comparáveis", diz o artigo. Em termos de saúde humana, a defesa desse tipo de alimentação se dá por oferecer vitamina B12, presente apenas em carnes e produtos de origem animal. Para veganos, esse nutriente, muitas vezes passa a ser suplementado.
Fonte: Casa e Jardim
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