Alimentos de base vegetal se multiplicam no mercado
quinta-feira, agosto 15, 2019
Brasil é um dos países onde o vegetarianismo tem alta, diz pesquisa (Vanessa Rodrigues/AT) |
Variedade está em alta nas prateleiras
Embora não haja números para apontar o tamanho do mercado de produtos livres de exploração animal ou de lácteos à base de vegetais, é cada vez maior o espaço reservado a eles nos supermercados da Baixada Santista. Para comprovar, basta passear por corredores e observar os novos rótulos disputando espaço nas prateleiras ou ganhando corredores inteiros.
No Brasil, segundo pesquisa do Ibope Inteligência de abril de 2018, 14% da população se declarava vegetariana – o equivalente a cerca de 30 milhões de pessoas. A estatística representa um salto em relação a 2012, quando a mesma pesquisa indicava 8%.
Outro dado, divulgado pelo Euromonitor Internacional, indica que o crescimento não é exclusividade brasileira. No ranking global, entre os países com maior aumento da onda vegetariana estão Nigéria, Paquistão, Indonésia, Filipinas, Alemanha e Brasil.
De acordo com o estudo, o aumento do vegetarianismo ocorre pela preocupação com o consumo consciente. Esse comportamento estimula também o veganismo, que consiste em não escolher produtos que exigiram sofrimento animal na produção.
Nas prateleiras
Com a alta da quantidade de pessoas que não consomem determinados alimentos – por necessidade ou escolha –, aumenta a busca por produtos específicos.Segundo a Associação Brasileira de Supermercado (Abras), em 2015 a demanda por produtos vegetarianos era maior do que a oferta no País. E o segmento dos “saudáveis” faturou, naquele ano, R$ 55 bilhões. Não há levantamento recente, nem sequer regional.
Bifes e carnes vegetais, exemplos de alimentos com procura crescente (Foto: Vanessa Rodrigues/AT) |
“Hoje, é mais simples. Quando eu comecei, só tinha massas. De uns cinco anos para cá, foram muitas mudanças, muitos estabelecimentos e opções no mercado, mas o que me preocupa é que eles [os alimentos] são caros”, contou ela.
Amanda é co-organizadora do Caiçara Vegan Fest. O evento ocorre desde 2015 na região e hoje conta com 32 expositores. Será no domingo, das 11 às 20 horas, no Colégio São José (Avenida Ana Costa, 373, no Gonzaga).
Nem tudo beneficia a saúde, e é preciso orientação
A Tribuna percorreu mercados, supermercados e hipermercados. Nos menores, há poucas ou nenhuma opção de produtos veganos. Nos maiores, corredores específicos contêm alimentos sem glúten, sem lactose, light e diet.É isso que preocupa Stefany Andrade, técnica formada e graduanda em Nutrição. Após sofrer com a doença celíaca – na qual o intestino rejeita o glúten –, ela foi estudar para entender seu corpo e auxiliar outras pessoas. No caminho, percebeu uma “moda” perigosa. Muita gente está prejudicando a saúde ao optar por esses alimentos nas prateleiras, que os indicam como saudáveis.
Produtos sem adequados a quem sofre com doença celíaca (Foto: Vanessa Rodrigues/AT) |
Segurança
Ao tratar dos sem lactose e sem glúten, lembra que a retirada sem indicação pode gerar desconforto e problemas quando reinseridos na dieta. Por isso, trocas devem ser acompanhadas por profissionais.“A exclusão de um alimento deve ser orientada e acompanhada de médico ou nutricionista. A restrição sem real necessidade pode causar deficiência nutricional, tanto em macro como em micronutrientes trazendo mal à saúde. Quem escolhe mudar a alimentação também precisa de orientação, para uma transição segura”, diz.
Stefany Andrade considera, no entanto, que o crescimento desse mercado tem atendido tanto quem opta por esse tipo de alimentação quanto quem realmente tem de conviver com doenças de origem alimentar.
Fonte: A Tribuna
0 comentários
Agradecemos seu comentário! Volte sempre :)