Maior fundo soberano do mundo abandona combustíveis fósseis
segunda-feira, junho 17, 2019
Maior fundo soberano do mundo abandona combustíveis fósseis |
Fundo Global de Pensões do governo da Noruega vai retirar US$ 13 bilhões em investimentos em carvão e petróleo
O maior fundo soberano do mundo, o Fundo Global de Pensões do governo da Noruega, que administra US$ 1 trilhão de ativos da Noruega, recebeu o aval para a maior retirada de investimentos em combustíveis fósseis já registrada: US$ 13 bilhões.
O plano de desinvestimento significa que o fundo vai reduzir os investimentos em carvão, estimados em US$ 6 bilhões, que podem incluir ações das empresas de mineração Anglo-American, Glencore e da empresa de energia alemã RWE.
O Fundo Global de Previdência do governo, baseado nos lucros herdados do petróleo da Noruega, também avançará nos planos de desmantelar investimentos de US$ 7 bilhões em empresas de exploração e produção de petróleo.
No entanto, ele reterá participações em companhias de petróleo que estão limitando sua exposição a combustíveis fósseis investindo em tecnologias de energia limpa. Estes incluem a BP e a Shell, mas excluem as empresas do Mar do Norte, como a Premier Oil e a Tullow Oil.
Também recuará em relação a qualquer empresa que gere mais de 10 gigawatts (GW) de eletricidade a partir de carvão, ou extraia mais 20 milhões de toneladas de carvão térmico por ano.
Juntamente com o avanço para a retirada de investimento de combustíveis fósseis, o fundo terá, pela primeira vez, um mandato legal para investir diretamente em projetos de energia renovável, em vez de empresas de energia listadas. A legislação permite investir até US$ 20 bilhões, começando com projetos eólicos e solares em mercados desenvolvidos.
Mark Lewis, chefe de pesquisa em sustentabilidade do banco de investimentos BNP Paribas, disse que as leis permitiriam que a Noruega “se juntasse à vanguarda de gigantescos investidores de energia solar e eólica”.
“A grande história em economia de energia na próxima década será a tomada dos bastiões de combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis que são mais baratas de construir e operar, ordens de magnitude mais limpas e também muito mais fáceis e rápidas de implantar”, disse Lewis.
O Ministério das Finanças da Noruega estima que o valor do mercado global de infraestrutura de energia renovável crescerá quase 50%, para US$ 4,2 trilhões, até 2030, impulsionado por um aumento na nova capacidade de energia solar e eólica.
Stephanie Pfeifer, diretora do Institutional Investors Group on Climate Change, uma aliança de investidores com ativos no valor de US$ 26 trilhões, disse que a saída do fundo de combustíveis fósseis para renováveis “envia um sinal claro para o resto do mercado”. As companhias de petróleo devem alinhar-se com as metas climáticas do Acordo de Paris “ou enfrentar uma pressão crescente dos investidores”, concluiu.
Fonte: Opinião E Notícia
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