Jardim: 'Em 10 anos, uso de biocombustíveis deverá dobrar'
quinta-feira, junho 13, 2019
Em entrevista no Café com Política do JC, o deputado federal Arnaldo Jardim falou sobre o setor |
Deputado preside a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, que defende bandeiras como a RenovaBio
Lançada no final do mês passado, a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, presidida pelo deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania), tem como um dos principais objetivos ajudar a viabilizar a implantação do RenovaBio, uma política de incentivo à ampliação da produção e uso dos biocombustíveis. Segundo Jardim, que esteve no Café com Política do JC, a meta estabelecida é ousada: dobrar, até 2030, o volume de biocombustíveis produzido no País, como etanol, biodiesel, bioquerosene e biogás.
Idealizado pelo governo federal, o RenovaBio está em processo de regulamentação e a previsão é de que entre oficialmente em vigor em 1 de janeiro de 2020. O parlamentar explica que a medida é importante porque, embora a produção de etanol no Brasil seja significativa, o volume anual aumenta em ritmo lento.
"Para se ter uma ideia, há 12 anos, o País produzia 28 bilhões de litros de etanol por ano. E os Estados Unidos produziam o mesmo tanto. Hoje, os nossos 28 bilhões se tornaram 32 bilhões, enquanto os Estados Unidos dobraram a produção, para 56 bilhões de litros de etanol por ano. Podemos ocupar um espaço maior", analisa.
Uma forma de incentivar a produção será a emissão do chamado Crédito de Descarbonização (CBio), que poderá ser negociado em bolsa de valores, gerando renda extra ao produtor de biocombustível. A demanda virá das distribuidoras, que serão obrigadas a comprar determinados percentuais de CBio, proporcionalmente à quantidade de combustíveis fósseis que comercializam.
"Com isso, a gente mostra que a questão ambiental é um bom negócio, criando um mercado que acaba estimulando a produção de biocombustíveis", detalha, salientando que a implantação do RenovaBio acompanha a tendência de muitos países que apostam no investimento em fontes de geração de energia mais sustentáveis. Para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente em 5 de junho, inclusive, o governo da Alemanha promoveu um evento, do qual Jardim participou, para trocar experiências sobre a produção de biocombustíveis.
"Há algumas semanas, estive nos Estados Unidos, em um encontro com a Associação Americana dos Produtores de Biocombustíveis, entidade que tem como meta vender etanol para o mundo todo. Também fui à ONU (Organização das Nações Unidas) e me reuni com um comitê composto por representante de diversos países, que está se preparando para fazer um grande encontro mundial sobre o tema. É isso que vai fazer a diferença no mundo", frisa.
ROTA 2030
Além do RenovaBio, a Frente Parlamentar liderada por Arnaldo Jardim defende o programa Rota 2030, que já está em vigor e define regras para a fabricação dos automóveis no Brasil para os próximos 15 anos. De acordo com o parlamentar, dentro desta política, o governo brasileiro vem renunciando, anualmente, a até R$ 1,5 bilhão em impostos, que deixam de ser cobrados dos fabricantes que comprovam investimento em pesquisa para o desenvolvimento de veículos mais sustentáveis.
"O RenovaBio e a Rota 2030 vão ser a referência para o Brasil se tornar uma vanguarda internacional quanto ao combate ao efeito estufa e às mudanças climáticas", garante o deputado.
Para ele, a principal aposta é no incremento da fabricação de carros híbridos, movidos a etanol e energia elétrica, e que disponham de tecnologia que permite que a energia dispersada durante a frenagem seja reutilizada para recarregar as baterias, garantindo mais eficiência ao conjunto. A previsão é de que o primeiro veículo híbrido, movido a etanol e bateria elétrica, seja lançado no País em outubro deste ano pela Toyota.
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