COCAMAR: Fórum Nacional de ILPF fecha a programação técnica da Expoingá
quarta-feira, maio 22, 2019
Em 2030, o Brasil deve chegar a 20 milhões de hectares mantidos com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), praticamente dobrando a produção de grãos, carnes e leite no país. A previsão é que, do total, ao menos 1 milhão de hectares com ILPF estejam certificados e monitorados, conforme afirmou, na última sexta-feira (17/05), em Maringá (PR), o pesquisador da Embrapa Solos e presidente do conselho gestor da Associação Rede ILPF, Renato de Aragão. Ele foi um dos palestrantes do 2º Fórum Nacional de ILPF, evento que fechou a programação técnica da 47ª Expoingá e foi realizado pela Sociedade Rural de Maringá em parceria com a Cocamar.
Avançando - De acordo com Aragão, os sistemas integrados vêm crescendo em ritmo rápido no país, saindo de 10,2 milhões de hectares em 2014 para cerca de 15 milhões no ano passado. O foco da Associação Rede ILPF, que tem a Cocamar entre as fundadoras e mantenedoras, ao lado da Embrapa, John Deere, Bradesco e outras empresas, é fazer a agregação de valor ao agronegócio sustentável, por meio da certificação, serviços ambientais e formação profissional.
Eficiência - Entre os ganhos de eficiência no sistema ILPF, Aragão citou que a pecuária precisa de apenas 2,6 hectares para apresentar o mesmo resultado que antes, na pecuária tradicional, demandava 8,4 hectares. “Nos tornamos sete vezes mais eficientes. Com a integração, produzimos 172,2 mil toneladas de carcaça em 28,2 mil hectares, ao passo que no modelo tradicional eram precisos 208,8 mil hectares para produzir apenas 23,9 mil toneladas de carcaça, o que significa que estamos ‘poupando’ mais de 175 mil hectares de terras.” Com isso, há também uma emissão 57,5% menor de CO2, enfatizou o palestrante.
Reconhecimento internacional - Ele mencionou também como algumas ONGs internacionais, sempre muito críticas ao agronegócio brasileiro, estão vendo a ILPF. A WWF, por exemplo, reconhece que a integração aumenta a produtividade, reduz riscos de produção, agrega valor aos produtos e aumenta a qualidade ambiental, afirma ser uma estratégia para mitigar emissões de gás de efeito estufa da agricultura e vai ainda mais longe: admite que a expansão da adoção da ILPF pode ser uma estratégia eficiente para reduzir o desmatamento.
Mais gente nas cidades - Aragão chamou atenção para o fato de que, no final da última década, no mundo, a população urbana, pela primeira vez, superou em número a quantidade de moradores no campo, criando um aumento contínuo de demanda por alimento e energia. Um fenômeno liderado pela China, onde a migração populacional em direção às cidades vem ocorrendo de maneira intensa. No final da mesma década, ressaltou o pesquisador, sob o ponto de vista das demandas por alimentos, as economias em desenvolvimento superaram as economias desenvolvidas.
Produzir alimentos - Se em 1990 a população mundial era estimada em 5,3 bilhões de indivíduos, a previsão é que chegue a 9,8 bilhões em 2050 e a 11,2 bilhões em 2100. “O grande desafio é produzir comida para atender a essa demanda crescente”, destacou Aragão, lembrando que o Brasil, atualmente um dos principais produtores de alimentos do mundo, tem papel decisivo para o atendimento a esses mercados. Para isso, o país possui cerca de 150 milhões de hectares de pastagens, 50% das quais apresentando algum nível de degradação e com produtividade baixa, de apenas 32 a 34% do potencial. “Se, com os projetos integrados, aumentarmos a produtividade para 49 a 52% do potencial, conseguiremos atender às demandas”, completou.
Convidados - O Fórum contou com a presença, também, entre outros convidados, de João Kluthcouski, o João K, igualmente pesquisador da Embrapa, considerado um dos maiores especialistas em ILPF no país, e do produtor rural Antônio César Pacheco Formighieri, cooperado da Cocamar na região de Umuarama (PR). Um dos pioneiros em ILPF no Paraná, modelo que pratica desde 2000, Formighieri é tido como um dos produtores mais bem-sucedidos nessa área.
Incentivo - O presidente da Cocamar, Divanir Higino, participou da abertura do evento, fazendo uma saudação aos presentes e destacando os avanços dos formatos integrados na região da cooperativa, que somam, no total, cerca de 160 mil hectares. Desde 1997, a Cocamar está entre as principais incentivadoras de ILPF no país. (Imprensa Cocamar)
Fonte: Paraná Cooperativo
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