Semana de indefinição nos mercados de risco com volatilidade e mudança de comportamento. Para complicar um pouco mais, meio feriado nos EUA e feriado no Brasil, com sexta-feira enforcada. No exterior, a Catalunha seguiu deixando os investidores estressados por conta da declaração de seu presidente sobre independência que o mundo não entendeu bem. Por conta disso, o primeiro ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse que poderia dissolver o governo e deu ultimato até 16 de outubro para que diga se declarou independência. A União Europeia já declarou apoio a Rajoy.
A expectativa mundial é que a se houver independência haverá fuga massiva de capitais da região. Várias empresas já demonstraram intenção de sair. Além disso, será mal exemplo para outras regiões conflitadas como na Itália. Não bastasse o Brexit e as duras negociações que Theresa May está tendo que enfrentar com a União Europeia, outro motivo de estresse dos mercados. Theresa May mostra fraqueza e vários parlamentares estão pedindo sua renúncia e novas eleições.
A semana foi marcada por constantes declarações de dirigentes do FED sobre redução do tamanho do balanço e elevação da taxa de juros básica. Sobre reduzir o tamanho do balanço parece haver consenso. Porém, sobre aumentar juros, a situação está dividida entre os membros do FOMC do FED. Há quem queira esperar mais sinais de alta da inflação para tomar posição, e há quem, como Esther George, que acha a alta necessária para desligar o superaquecimento da economia. Apesar disso, a aposta majoritária dos gestores de recursos indica que o FED deve elevar juros na reunião de dezembro.
Durante o final de semana na China, foi anunciado o PMI (Atividade) em desaceleração e isso acabou comprometendo o segmento de commodities, especialmente minério de ferro que caiu muito e as ações da Vale no Brasil. Apesar disso, as reservas internacionais expandiram em setembro para US$ 3,11 trilhões. Bom lembrar que o FMI mostrou preocupações com o sistema financeiro chinês. Mais para o final da semana, foi anunciado o saldo da balança comercial em setembro com importações maiores de petróleo, cobre e minério. No Japão, Shinzo Abe, parece soberano nas próximas eleições do final do mês, e diz que pode acelerar a economia.
Na Alemanha, a produção industrial cresceu forte em agosto em 2,6%, quando o esperado era +0,9%. No ano, a produção cresce 4,7%. O saldo da balança comercial de agosto expandiu para superávit de 21,6 bilhões de euros. No Reino Unido, a produção industrial cresceu 0,2% em agosto e taxa no ano de +1,6%. O líder da oposição no Reino Unido colocou mais pressão em Theresa May ao declarar que nada evoluiu nas discussões do Brexit. Na zona do euro, declarações de dirigentes do BCE (BC Europeu), inclusive do presidente Mario Draghi. Draghi declarou que os juros negativos não afetaram os lucros das instituições financeiras e que a política monetária instituída foi sucesso. Confirmou a orientação atual da política monetária.
Nos EUA, Trump começou a desmontar o programa de saúde conhecido como Obamacare por decreto assinado. Continuou o bate-boca de Trump com seu secretário Tillerson e novamente foi falado que “breve” teremos grande queda de impostos. Sobre indicadores de conjuntura, a inflação medida pelo CPI de setembro subiu 0,5% (com núcleo em +0,1%) e as vendas no varejo expandiram 1,6%, menos que o previsto. A confiança do consumidor de Michigan foi para 101,1 pontos, no maior patamar desde 2004. A economia segue crescendo como esperado.
No segmento doméstico, muitas informações no âmbito político, com leitura da denúncia de Temer e seus ministros na CCJ. Confusão com a relatoria de Bonifácio Andrada e novas trocas de membros. O STF julgou ADI de cautelares contra parlamentares, com ministros divididos em placar de 6×5, determinando que o Congresso tem que dar aval para afastamento de parlamentares. Foi determinado pelo TCU o bloqueio de bens de Dilma, Palocci e Gabrielli, por conta da compra da refinaria de Pasadena.
O saldo da balança comercial da primeira semana de outubro foi positivo em US$ 1,9 bilhão, acumulando no ano superávit de US$ 55,8 bilhões. O IBGE anunciou que as vendas no varejo encolheram em agosto 0,5%, muito em função da forte expansão no mês anterior e distribuição de recursos do FGTS. No ano, as vendas no varejo mostram alta de 0,7% e, em 12 meses, queda de 1,6%. Bom mesmo foi a alta de 7,6% no comparativo com agosto de 2016.
Destacamos que as três principais agências de classificação de risco do mundo se manifestaram sobre o Brasil e foram unânimes com relação a engendrar reformas estruturais essenciais. A S&P foi mais além e indicou que se reformas não forem feitas na dimensão adequada, o Brasil fica sujeito a downgrade. Nada diferente do que todos sabem.
O presidente do Bacen, Ilan Goldfajn, depôs na CAE e falou em palestra na reunião do FMI sobre o momento positivo da economia, desinflação ampliando poder de compra da população, queda do desemprego e mais. Enfatizou a necessidade de perseguirmos reformas, especialmente a da previdência. Acrescentou que investidores estrangeiros estão confiantes com o Brasil. Novos recordes históricos do índice Ibovespa e realizações de lucros de curto prazo. Os investidores estrangeiros retiraram recursos da B3, e até 10 de outubro, o fluxo era positivo em somente R$ 143,6 milhão. No ano, o ingresso líquido está em R$ 14,9 bilhões.
Fonte: Ultimo Instante
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