Fogos sem precedentes na Gronelândia refletem o avanço do aquecimento global
segunda-feira, agosto 14, 2017
Desde 2015 que se registam picos de fogos sem precedentes na Gronelândia nos últimos 10.000 anos. O ano de 2017 ultrapassa os anteriores. Supõe-se que o combustível seja turfa que terá descongelado da camada de gelo permanente que cobre praticamente todo o território
Fogos
descontrolados não será o primeiro fenómeno da natureza que se associa à
Gronelândia, não estivesse o território praticamente coberto por uma
camada de gelo permanente. A primeira vez que o confronto entre o fogo e
o gelo foi assinalado parecia tão insólito que foi tomado por erro. Em
31 de julho, satélites da NASA detetaram pontos quentes que indicavam
fogo no sul da Gronelândia. A equipa que captava imagens para um sistema
de mapeamento da Administração Nacional dos Oceanos e Atmosfera achou
que seria uma erro de dados, conta a “Eos”.
Porém, logo a seguir um piloto civil captou imagens de fogos perto de Sisimiut, a segunda maior cidade da Gronelândia. Quando as nuvens desapareceram, o satélite Landsat 8 da NASA e o Sentinela 2 da Agência Espacial Europeia capturaram imagens do maior dos fogos. Não era nada comparável aos fogos que ocasionalmente poderiam despontar nas margens da camada de gelo do território. Desta feita, “os fogos detetados em 2017 aconteceram em número excecional”, publicou na sua conta de Twitter Stef Lhermitte, geocientista da Univesidade de Tecnologia da Holanda, que reviu os registos dos últimos 17 anos da NASA. Até 2015, ano a partir do qual há picos de incêndios, os fogos foram sempre ocasionais e de pouca amplitude. Em 2015 e em 2017 os picos de incidência dos incêndios passaram a ser preocupantes.
A causa permanece um mistério, mas Jessica MacCarty, uma geógrafa da Universidade de Miami em Oxford, Ohio, especialista na análise geo-espacial de fogos, avança que possam ser devidos à turfa descongelada da camada de gelo permanente, ou seja, o solo gelado. A turfa que se encontra a uma profundidade vários metros superior à camada de solo ativo é matéria orgânica e contém carbono. Segundo MacCarty, é quase como “um pedaço gigante de carvão”, lê-se na "Eos".
Uma das razões que sustenta esta ideia da cientista é o facto de os fogos serem estáticos e não avançarem no território como aconteceria numa floresta. O fumo é branco, o que indica que o combustível é húmido.
“Não haveria fogos na Gronelândia se não houvesse combustível e ele só existe se a camada de gelo permanente tiver derretido. Isto é muito perturbador para mim.”, confessou a cientista. Estava prevista um perda significativa da camada de gelo permanente no final do século e não em 2017.
Um artigo originalmente publicado pela “Grist” classifica estes fogos como não tendo precedentes desde que tiveram início os registos de dados na Gronelândia no ano 2000. O que é impressionante neles é que encaixam no padrão de rápida mudança das regiões nórdicas do planeta. Um estudo de 2013 apurou haver florestas a arder em toda a região do Ártico a uma escala nunca vista em pelo menos 10.000 anos.
“Todos os dados de que dispomos sugerem que os fogos no Ártico vão aumentar”, disse à “Mother Jones” Jason Box, um cientista de clima especializado no Ártico. “É acertado afirmar que faz parte do padrão de aquecimento. Veremos mais fogos destes na Gronelândia”, conclui.
A Comissão Europeia encomendou ao seu Serviço de Gestão de Emergência um rápido mapeamento da região em chamas de modo a poderem ser calculados os riscos para a saúde.
Fonte: Expresso
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Porém, logo a seguir um piloto civil captou imagens de fogos perto de Sisimiut, a segunda maior cidade da Gronelândia. Quando as nuvens desapareceram, o satélite Landsat 8 da NASA e o Sentinela 2 da Agência Espacial Europeia capturaram imagens do maior dos fogos. Não era nada comparável aos fogos que ocasionalmente poderiam despontar nas margens da camada de gelo do território. Desta feita, “os fogos detetados em 2017 aconteceram em número excecional”, publicou na sua conta de Twitter Stef Lhermitte, geocientista da Univesidade de Tecnologia da Holanda, que reviu os registos dos últimos 17 anos da NASA. Até 2015, ano a partir do qual há picos de incêndios, os fogos foram sempre ocasionais e de pouca amplitude. Em 2015 e em 2017 os picos de incidência dos incêndios passaram a ser preocupantes.
A causa permanece um mistério, mas Jessica MacCarty, uma geógrafa da Universidade de Miami em Oxford, Ohio, especialista na análise geo-espacial de fogos, avança que possam ser devidos à turfa descongelada da camada de gelo permanente, ou seja, o solo gelado. A turfa que se encontra a uma profundidade vários metros superior à camada de solo ativo é matéria orgânica e contém carbono. Segundo MacCarty, é quase como “um pedaço gigante de carvão”, lê-se na "Eos".
Uma das razões que sustenta esta ideia da cientista é o facto de os fogos serem estáticos e não avançarem no território como aconteceria numa floresta. O fumo é branco, o que indica que o combustível é húmido.
Alterações climáticas
A ligação destes incêndios às alterações climáticas é sugerido pela origem do combustível. Se ele vem da camada de gelo permanente significa que ela já tem um grau de degradação muito superior ao que foi previsto pelos cientistas, diz MacCarty à “Eos”.“Não haveria fogos na Gronelândia se não houvesse combustível e ele só existe se a camada de gelo permanente tiver derretido. Isto é muito perturbador para mim.”, confessou a cientista. Estava prevista um perda significativa da camada de gelo permanente no final do século e não em 2017.
Um artigo originalmente publicado pela “Grist” classifica estes fogos como não tendo precedentes desde que tiveram início os registos de dados na Gronelândia no ano 2000. O que é impressionante neles é que encaixam no padrão de rápida mudança das regiões nórdicas do planeta. Um estudo de 2013 apurou haver florestas a arder em toda a região do Ártico a uma escala nunca vista em pelo menos 10.000 anos.
“Todos os dados de que dispomos sugerem que os fogos no Ártico vão aumentar”, disse à “Mother Jones” Jason Box, um cientista de clima especializado no Ártico. “É acertado afirmar que faz parte do padrão de aquecimento. Veremos mais fogos destes na Gronelândia”, conclui.
A Comissão Europeia encomendou ao seu Serviço de Gestão de Emergência um rápido mapeamento da região em chamas de modo a poderem ser calculados os riscos para a saúde.
Fonte: Expresso
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