O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou 5,5 pontos no trimestre encerrado em julho
O Indicador de Clima Econômico (ICE) do Brasil despencou 20 pontos, passando de 79 pontos no trimestre encerrado em abril para 59 pontos no trimestre terminado em julho. O IE brasileiro caiu 54,7 pontos em relação a abril, enquanto o ISA recuou 3,0 pontos.
“O indicador do clima econômico do Mundo ficou estável na zona favorável. Nos países/regiões das economias de renda alta, o ICE melhorou, mas em algumas regiões de economias emergentes/em desenvolvimento, como na América Latina, o ICE piorou”, avaliou Lia Valls Pereira, pesquisadora do Ibre/FGV, em nota oficial. No texto, Lia Pereira ressalta que essa piora ocorre num cenário externo favorável com preços das commodities em alta e crescimento do comércio mundial.
Por conta disso, a especialista observa que, na América Latina, foram principalmente questões domésticas de cunho econômico e/ou político que explicam o recuo do indicador de clima. “Incertezas quanto aos resultados de eleições (Chile e Argentina); piora na avaliação de riscos por agências de rating (Chile e Brasil); temas de corrupção (Peru, Brasil, por exemplo), baixo crescimento econômico (generalizado na região) e questões fiscais (vários países) dominam o cenário da região”, diz. “Chama atenção, porém, que se tiramos o Brasil, os países do Mercosul apresentaram resultados mais favoráveis de clima econômico que os da Aliança do Pacifico”, avalia a especialista.
O ICE recua em para sete dos 11 países analisados em detalhe na passagem de abril para julho. Houve melhora na Argentina (+0,6 ponto), Bolívia (+20,1 pontos) e México (+18,5 pontos). A Venezuela permaneceu no patamar mínimo do indicador.
Os países membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) estão todos na zona favorável de avaliação, com exceção do Brasil. No caso do Mercosul, o Indicador de Expectativas recua, mas continua favorável. “O peso da economia brasileira na região num cenário de incertezas que dominaram o mês de julho associado à denúncia do Presidente (Michel) Temer pode ter influenciado os indicadores de expectativas da região”, completou a FGV, na nota.
Fonte: Exame
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