Mercado baixa estimativas de inflação e de alta do PIB para 2017 e 2018
quarta-feira, junho 28, 2017
Previsão para a inflação recuou de 3,64% para 3,48% em 2017, quarta queda seguida do indicador. Para o PIB, estimativa de alta oscilou de 0,40% para 0,39%.
Os economistas do mercado financeiro reduziram suas estimativas de inflação e de alta do Produto Interno Bruto (PIB) para os anos de 2017 e de 2018. As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (26) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.
Para o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) em 2017 – a "inflação oficial" do país –, o mercado baixou sua
previsão de 3,64% para 3,48%. Foi a quarta queda seguida do indicador.
Com isso, manteve-se a expectativa de que a inflação deste ano ficará
abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%. A meta de inflação é
fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo
Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a taxa básica de
juros da economia (Selic).
A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. À
época, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional
de forma mais intensa.
Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é considerada
formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de
tolerância também fixado pelo CMN.
Para 2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para
cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a meta se o IPCA
terminar este ano entre 3% e 6%.
No ano passado, a inflação ficou acima da meta central, mas dentro do
intervalo definido pelo CMN. Já em 2015 a meta foi descumprida pelo BC –
naquele ano, a inflação superou a barreira dos 10%.
Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação caiu de
4,33% para 4,30%. O índice segue abaixo da meta central (que também é de
4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.
Produto Interno Bruto
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro reduziu sua estimativa de crescimento de 0,40% para 0,39%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país,
independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir
o comportamento da economia brasileira.
Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano seguido e confirmou a
pior recessão da história do país, segundo dados divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para 2018, os economistas das instituições financeiras baixaram sua estimativa de expansão da economia de 2,20% para 2,10%.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve sua previsão para a taxa básica de juros
da economia, a Selic, em 8,5% ao ano no fechamento de 2017. Ou seja, os
analistas continuam estimando novas reduções de juros neste ano.
Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano.
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para
a taxa Selic continuou em 8,5% ao ano. Com isso, estimaram que os juros
ficarão estáveis no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar
conter pressões inflacionárias. A instituição tem de calibrar os juros
para atingir índices pré-determinados pelo sistema de metas de inflação
brasileiro.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode
contribuir para o controle dos preços. Entretanto, também prejudicam a
economia e geram desemprego.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado
financeiro para a taxa de câmbio do dólar no fim de 2017 subiu de R$
3,30 para R$ 3,32. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas
para a moeda norte-americana ficou estável em R$ 3,40.
A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial
(resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 subiu
de US$ 57,4 bilhões para US$ 58,25 bilhões de resultado positivo. Para o
próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit
permaneceu inalterada em US$ 45 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros
diretos no Brasil, em 2017, recuou de US$ 78,5 bilhões para US$ 75
bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas foi reduzida de US$ 78,7
bilhões para US$ 75 bilhões.
Fonte: G1
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