Integração de lavoura, pecuária e floresta garante produtividade em 100% do ano
sexta-feira, abril 07, 2017
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| Pesquisa aponta que prática permite uso do solo para diferentes atividades, o que proporciona maior renda ao produtor. |
O analista da Embrapa Luiz Otávio Martins Moreira explica que a
proposta é evitar que o solo fique ocioso durante algumas partes do ano.
“Quando o produtor fazia só uma safra no ano o solo ficava sem nada
plantado durante quase metade do ano. Quando começamos a fazer a segunda
safra, esse percentual aumentou para 80%. A proposta da integração é
garantir a produtividade do solo durante 100% do tempo”, afirmou.
Moreira esclarece que, para fazer a integração dos sistemas, o produtor
deve ter a terceira safra com o gado e a quarta de madeira, com a venda
do eucalipto. Segundo ele, a medida torna a propriedade rural mais
sustentável.
“O plantio do milho com o capim ajuda a melhorar a qualidade do solo.
Se você deixa a palhada do milho, ela ajuda a facilitar a absorção de
água pelo solo, melhorando a qualidade dele. A ação deixa o solo mais
fértil e favorece a próxima produção”, afirmou.
A integração também permite o abate de gado em um período mais curto.
Segundo Moreira, o plantio de árvores gera sombra e deixa os bovinos
mais confortáveis. Assim, eles acabam se alimentando mais e engordam
mais rápido, diminuindo o tempo para o abate.
Meio ambiente
O
também analista da Embrapa Heitor Vasconcelos aponta que a proposta
permite diminuição do efeito estufa. “Com o plantio de arvores também há
maior absorção do gás carbônico, diminuindo os efeitos dos gazes
emitidos pelo gado”, pontuou.
Vasconcelos ressalta ainda que a integração pode ser feita por qualquer
produtor em todos os tipos de propriedade. Em Goiás e no Distrito
Federal, dos 19,2 milhões de hectares em uso da agropecuária, 943 mil
integram a produção com a atividade de florestamento, o que representa
4,78% da área de produção.
“O produtor pode ter sua área degradada recuperada por meio da
integração, já que ela ajuda na recuperação do solo. A proposta também
ajuda a preservar matas ciliares do desmatamento”, afirmou.
Ainda segundo Vasconcelos, a Embrapa capacita os produtores
agropecuários para que eles consigam aplicar a integração da forma
correta e suas propriedades. O processo é feito aos poucos e em
diferentes partes da fazenda. O especialista indica que o proprietário
aplique o projeto em até 25% da área para iniciar a recuperação do solo e
depois faça uma rotatividade.
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