O presidente dos EUA tem gerado temor sobre o combate a um dos maiores desafios ambientais de nosso tempo
Ativistas protestam contra postura do governo dos EUA em relação aos temas climáticos (Yves Herman/Reuters) |
O que aconteceria se o segundo país que mais emite gases do efeito estufa, depois da China, fosse liderado por alguém que não acredita em aquecimento global? É o que iremos, mais cedo ou mais tarde, descobrir.
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Desde antes de sua campanha, Donald Trump já gerava controvérsia ao falar de temas científicos e ambientais. Sua afirmação de que o aquecimento global é uma invenção da China foi uma das mais polêmicas, mas não foi a única.
Agora, em pouco tempo como presidente dos Estados Unidos, ele tem mostrado que não estava para brincadeira. Em uma de suas ações mais recentes, ele assinou uma lei que desfaz as regulações à exploração de carvão no país.
As consequências internas de políticas como essa não são a única preocupação. Como um dos principais signatários do Acordo de Paris, não é exagero dizer que o governo americano tem em mãos o futuro do mundo.
Protagonismo
Os sinais de Trump em relação ao mais importante acordo mundial de combate às mudanças climáticas não são animadores. Em dezembro, o então presidente eleito disse estar “estudando” a possibilidade de deixá-lo.
O risco é que, com um abandono das metas, outros países possam ser estimulados a seguir o mesmo caminho. No pior dos cenários, o acordo todo poderia ir por água abaixo.
O efeito disso seria catastrófico. Segundo uma análise apresentada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o ano de 2016 registrou temperatura média anual 0,94 grau Celsius (°C) acima da média registrada no século 20. Com isso, o século 21 já teve 16 dos 17 anos mais quentes da história.
Para Rachel Biderman, diretora do WRI Brasil, uma organização independente de estudos ambientais, a saída do país do Acordo realmente colocaria sua existência em risco. Porém, alguns fatores podem dificultar as ações de Trump.
“Temos visto reações fortes do judiciário, que recusou medidas em campos como o da imigração. Se isso se repetir no campo do meio ambiente, pode ser que sustente”, destaca.
Segundo ela, o republicano também deve enfrentar resistência da sociedade e de alguns setores da própria indústria do país que têm investido em fontes limpas de energia nos últimos anos.
Essa tendência também é evidenciada por Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. Para ele, o Acordo teria grandes chances de permanecer de pé mesmo sem a participação do país americano.
“Eu ficaria mais preocupado se a China estivesse voltando atrás. Mas, na ausência dos Estados Unidos, ela ocuparia esse espaço com muito apetite”, explica.
A preocupação e as expectativas com o país não são para menos. A China é a maior emissora de gases do efeito estufa e, por outro lado, tem investido pesado em energias limpas como a solar e a eólica.
Em relação ao Acordo, o país já deixou clara a sua intenção de manter seus esforços e pediu que os Estados Unidos façam o mesmo.
Os sinais de Trump em relação ao mais importante acordo mundial de combate às mudanças climáticas não são animadores. Em dezembro, o então presidente eleito disse estar “estudando” a possibilidade de deixá-lo.
O risco é que, com um abandono das metas, outros países possam ser estimulados a seguir o mesmo caminho. No pior dos cenários, o acordo todo poderia ir por água abaixo.
O efeito disso seria catastrófico. Segundo uma análise apresentada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o ano de 2016 registrou temperatura média anual 0,94 grau Celsius (°C) acima da média registrada no século 20. Com isso, o século 21 já teve 16 dos 17 anos mais quentes da história.
Para Rachel Biderman, diretora do WRI Brasil, uma organização independente de estudos ambientais, a saída do país do Acordo realmente colocaria sua existência em risco. Porém, alguns fatores podem dificultar as ações de Trump.
“Temos visto reações fortes do judiciário, que recusou medidas em campos como o da imigração. Se isso se repetir no campo do meio ambiente, pode ser que sustente”, destaca.
Segundo ela, o republicano também deve enfrentar resistência da sociedade e de alguns setores da própria indústria do país que têm investido em fontes limpas de energia nos últimos anos.
Essa tendência também é evidenciada por Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. Para ele, o Acordo teria grandes chances de permanecer de pé mesmo sem a participação do país americano.
“Eu ficaria mais preocupado se a China estivesse voltando atrás. Mas, na ausência dos Estados Unidos, ela ocuparia esse espaço com muito apetite”, explica.
A preocupação e as expectativas com o país não são para menos. A China é a maior emissora de gases do efeito estufa e, por outro lado, tem investido pesado em energias limpas como a solar e a eólica.
Em relação ao Acordo, o país já deixou clara a sua intenção de manter seus esforços e pediu que os Estados Unidos façam o mesmo.
Coadjuvantes – e não menos importantes
O papel dos outros países, em especial os signatários do Acordo, também tem grande importância nesse cenário.
Juntos, eles devem tanto colaborar com as metas firmadas quanto pressionar os demais a seguirem o exemplo.
De acordo com Biderman, o bloco europeu tem se destacado na defesa de ações para diminuir a emissão de gases do efeito estufa.
Segundo ela, porém, o resultado de movimentações políticas – como as eleições na França e na Alemanha e o próprio Brexit – podem levar a uma tendência mais conservadora e menos focada no clima.
Nesse sentido, a diretora do WRI Brasil defende a participação de outros países nessa discussão.
“Seria importante que os países sinalizassem que suas economias não vão retroceder e que continuação na direção das baixas emissões”.
O Brasil tem um papel importante aí. O país, que também assinou o Acordo, tem ganhado destaque em áreas como a agricultura de baixo carbono e em vários setores de energia renovável.
“O desinvestimento em energias fósseis tem ocorrido em todo o mundo. Não na escala necessária, mas, ainda assim, em uma escala imensa”, destaca Rittl. Ao que parece, o mundo pode sobreviver aos reveses da política americana.
O papel dos outros países, em especial os signatários do Acordo, também tem grande importância nesse cenário.
Juntos, eles devem tanto colaborar com as metas firmadas quanto pressionar os demais a seguirem o exemplo.
De acordo com Biderman, o bloco europeu tem se destacado na defesa de ações para diminuir a emissão de gases do efeito estufa.
Segundo ela, porém, o resultado de movimentações políticas – como as eleições na França e na Alemanha e o próprio Brexit – podem levar a uma tendência mais conservadora e menos focada no clima.
Nesse sentido, a diretora do WRI Brasil defende a participação de outros países nessa discussão.
“Seria importante que os países sinalizassem que suas economias não vão retroceder e que continuação na direção das baixas emissões”.
O Brasil tem um papel importante aí. O país, que também assinou o Acordo, tem ganhado destaque em áreas como a agricultura de baixo carbono e em vários setores de energia renovável.
“O desinvestimento em energias fósseis tem ocorrido em todo o mundo. Não na escala necessária, mas, ainda assim, em uma escala imensa”, destaca Rittl. Ao que parece, o mundo pode sobreviver aos reveses da política americana.
Fonte: Ana Laura Prado - Exame
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