Brasil precisa investir em bioquerosene para aviação, dizem especialistas
quarta-feira, dezembro 07, 2016
Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas realiza audiência pública sobre o uso de bioquerosene na aviação civil Waldemir Barreto/Agência Senado |
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- Por mais que nós tenhamos novas tecnologias e melhorias operacionais, nós não vamos conseguir o crescimento neutro de carbono até 2020, então até lá, e principalmente a partir de 2020, vamos ter que entrar de uma forma muito intensa na produção de bioquerosene – explicou Amintas Eugênio de Souza Filho, gestor de Meio Ambiente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O relator da comissão, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) advertiu para a urgência que a questão envolve. Para ele, o Brasil deve encarar essas metas como oportunidade. A opinião é a mesma do diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Miguel Ivan Lacerda de Oliveira.
- Ou o Brasil adota as medidas que precisam ser adotadas para fomentar biocombustível ou nós vamos comprar essa tecnologia em algum outro lugar – alertou.
O gerente de relações externas da Embraer, Daniel Bassani, explicou que o Brasil tem vantagens como uma variedade muito grande de matérias-primas, o que permite várias soluções regionais. Para desenvolver e fomentar a cadeia de biocombustíveis sustentáveis no Brasil, a Embraer e a norte-americana Boeing inauguraram, em 2015, um centro de pesquisa conjunto em São José dos Campos (SP).
Indústria
Segundo o coordenador sênior de pesquisa de biocombustíveis da Boeing, Onofre Andrade, a indústria da aviação ainda tem potencial para crescer e, para isso, vai precisar investir nessa alternativa sustentável.
- A indústria gostaria de continuar crescendo, mas de maneira sustentável e respeitando as metas. As opções que temos para a redução de emissões na indústria são poucas e os biocombustíveis representam a melhor opção – disse.
Para as empresas aéreas, o desenvolvimento dos biocombustíveis poderia representar uma diminuição nos custos. O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Airton Pereira, explicou que o querosene de aviação no Brasil é um dos mais caros do mundo e representa 38% dos custos totais dos voos domésticos. No restante do mundo o índice médio é de 28%.
- O querosene é, hoje, um grande desafio para que possamos reduzir custos e continuar crescendo. Precisamos de escala, de aumentar constantemente a oferta e nós chegamos ao nosso limite de conseguir isso com competitividade, então é preciso reduzir o custo – disse.
Segundo o coordenador sênior de pesquisa de biocombustíveis da Boeing, Onofre Andrade, a indústria da aviação ainda tem potencial para crescer e, para isso, vai precisar investir nessa alternativa sustentável.
- A indústria gostaria de continuar crescendo, mas de maneira sustentável e respeitando as metas. As opções que temos para a redução de emissões na indústria são poucas e os biocombustíveis representam a melhor opção – disse.
Para as empresas aéreas, o desenvolvimento dos biocombustíveis poderia representar uma diminuição nos custos. O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Airton Pereira, explicou que o querosene de aviação no Brasil é um dos mais caros do mundo e representa 38% dos custos totais dos voos domésticos. No restante do mundo o índice médio é de 28%.
- O querosene é, hoje, um grande desafio para que possamos reduzir custos e continuar crescendo. Precisamos de escala, de aumentar constantemente a oferta e nós chegamos ao nosso limite de conseguir isso com competitividade, então é preciso reduzir o custo – disse.
Incentivos
O diretor de Biocombustível de Aviação da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene, Pedro Scorza, citou outros benefícios do crescimento da produção do bioquerosene, como a geração de milhares de empregos e a possibilidade de zerar a impostação de querosene fóssil. Para isso, no entanto, seriam necessárias medidas de incentivo.
Entre essas medidas, Scorza citou a tributação diferenciada sobre a cadeia produtiva de biocombustíveis, a integração com as distribuidoras de querosene de aviação, e a elaboração de regulamentos e certificações de qualidade e sustentabilidade. Também foram sugeridos incentivos financeiros, linhas de crédito e integração da cadeia produtiva de biomassa, além de pesquisa e desenvolvimento.
O pesquisador Bruno Galveas Laviola, que representou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na audiência, deu uma sugestão para incentivar as pesquisas na área. Uma simulação mostrada pelo pesquisador apontou que o recolhimento de 0,1% sobre o faturamento das empresas aéreas no Brasil (de R$ 35 bilhões em 2015) geraria R$ 35 milhões para investimento em pesquisa. Esse investimento teria um reflexo pequeno nos valores cobrados do consumidor, estimado em R$ 0,33 por passagem.
- Este é o momento para que possamos avançar em termos de competitividade, de geração de tecnologia e de eficiência no setor é agora. Precisamos tomar esta decisão - alertou.
Fonte: Agência Senado
O diretor de Biocombustível de Aviação da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene, Pedro Scorza, citou outros benefícios do crescimento da produção do bioquerosene, como a geração de milhares de empregos e a possibilidade de zerar a impostação de querosene fóssil. Para isso, no entanto, seriam necessárias medidas de incentivo.
Entre essas medidas, Scorza citou a tributação diferenciada sobre a cadeia produtiva de biocombustíveis, a integração com as distribuidoras de querosene de aviação, e a elaboração de regulamentos e certificações de qualidade e sustentabilidade. Também foram sugeridos incentivos financeiros, linhas de crédito e integração da cadeia produtiva de biomassa, além de pesquisa e desenvolvimento.
O pesquisador Bruno Galveas Laviola, que representou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na audiência, deu uma sugestão para incentivar as pesquisas na área. Uma simulação mostrada pelo pesquisador apontou que o recolhimento de 0,1% sobre o faturamento das empresas aéreas no Brasil (de R$ 35 bilhões em 2015) geraria R$ 35 milhões para investimento em pesquisa. Esse investimento teria um reflexo pequeno nos valores cobrados do consumidor, estimado em R$ 0,33 por passagem.
- Este é o momento para que possamos avançar em termos de competitividade, de geração de tecnologia e de eficiência no setor é agora. Precisamos tomar esta decisão - alertou.
Fonte: Agência Senado
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