Energias renováveis são oportunidade de integração energética da América Latina
quarta-feira, novembro 23, 2016
As energias renováveis, como a solar, a eólica, a hidrelétrica e a proveniente de biomassa, como o etanol e outros biocombustíveis, representam uma oportunidade de integração energética dos países latino-americanos em razão da complementaridade de suas matrizes, hoje fortemente baseadas na produção de energia hidrelétrica. Para atingir esse objetivo, contudo, será preciso superar barreiras para a produção de energia proveniente de recursos naturais em países da região, como a Argentina. A avaliação foi feita por Carina Guzowski, professora do Departamento de Economia da Universidad Nacional del Sur da Argentina durante palestra na FAPESP Week Montevideo.
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Organizado pela Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM), a Universidad de la República (UDELAR) e a FAPESP, o simpósio, que ocorreu entre os dias 17 e 18 de novembro no campus da UDELAR, em Montevidéu, teve como objetivo fortalecer as colaborações atuais e estabelecer novas parcerias entre pesquisadores da América do Sul nas diversas áreas do conhecimento. Participaram do encontro pesquisadores e dirigentes de instituições do Uruguai, Brasil, Argentina, Chile e Paraguai.
“As energias renováveis representam uma oportunidade para a integração energética dos países latino-americanos porque podemos aproveitar as complementaridades dos nossos sistemas energéticos e importar regionalmente e exportar energia proveniente de fontes intermitentes”, avaliou Guzowski.
“Mas, para isso, será preciso que países como a Argentina consigam se livrar de bloqueios tecnológicos que impossibilitam que tenham um desempenho comparável ao do Brasil e do Uruguai, por exemplo, em matéria de produção de energia renovável”, apontou.
De acordo com a pesquisadora, a matriz energética da maioria dos países latino-americanos está baseada em hidreletricidade e no uso de energias fósseis, principalmente gás.
Os países da região com maior participação das energias renováveis na geração de eletricidade, segundo dados apresentados por ela, são o México, seguido do Brasil e Uruguai.
Já a Argentina está muito longe de atingir esse objetivo, comparou Guzowski. “A Argentina está muito abaixo da média de participação das energias renováveis na geração de eletricidade na América Latina e muito aquém do Brasil e do Uruguai”, afirmou.
A matriz energética do país é eminentemente fóssil e composta por gás natural (com 51% de participação) e 33% por gás que, como não produzem, precisam importar de outros países.
As energias renováveis têm uma participação de menos de 1% na potência instalada (a capacidade de geração de energia elétrica) do país, enquanto que o Brasil e o Uruguai, por exemplo, têm uma matriz energética muito mais diversificada, com expressiva participação de energia hidrelétrica, eólica e proveniente de biomassa.
“A Argentina depende quase que 80% de energia proveniente de fontes fósseis. Isso é resultado de bloqueios tecnológico e cultural de dependência de petróleo e gás para o abastecimento energético que precisam ser superados para conseguirmos promover a integração energética de países da América Latina”, avaliou.
Na opinião da pesquisadora, algumas das vantagens da integração energética dos países latino-americanos por meio das energias renováveis seriam a geração de economia de escala (vantagens em temos de custos obtidos pela expansão) para atrair investimentos, além do aproveitamento das complementaridades entre os recursos renováveis dos países da região.
Outra vantagem seria a minimização do problema de intermitência no fornecimento de energia em países como a própria Argentina, avaliou.
A forte queda dos custos de geração elétrica por meio de tecnologias de produção de energias renováveis representa uma oportunidade para os países da região que, ao estimular a produção desse tipo de energia, poderiam diminuir sua dependência energética externa, assegurar o abastecimento energético e diversificar seu mix de geração de energia, hoje fortemente baseado em hidrelétricas, que são vulneráveis a fenômenos climáticos, ressaltou.
“Dispor de fontes de energia intermitentes que ajudem e complementem a geração de energia hidrelétrica e térmica é uma opção muito importante para os países latino-americanos”, avaliou.
A palestra de Guzowski fez parte da programação de uma sessão sobre Energia realizada na FAPESP Week Montevideo. Também integraram a sessão Heitor Cantarella, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC); Luís Augusto Cortez, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Natalia Raffaeli, professora da Universidad Nacional de La Plata, da Argentina; e Cláudia Laureo, professora da Universidad de La República (UDELAR). Cantarella abordou os progressos na quantificação das emissões e no entendimento dos processos que ocorrem em áreas cultivadas com cana-de-açúcar no Brasil. E Cortez apresentou algumas oportunidades na área de bioenergia no país.
Fonte: Agência FAPESP - retirado de Planeta Universitário
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Organizado pela Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM), a Universidad de la República (UDELAR) e a FAPESP, o simpósio, que ocorreu entre os dias 17 e 18 de novembro no campus da UDELAR, em Montevidéu, teve como objetivo fortalecer as colaborações atuais e estabelecer novas parcerias entre pesquisadores da América do Sul nas diversas áreas do conhecimento. Participaram do encontro pesquisadores e dirigentes de instituições do Uruguai, Brasil, Argentina, Chile e Paraguai.
“As energias renováveis representam uma oportunidade para a integração energética dos países latino-americanos porque podemos aproveitar as complementaridades dos nossos sistemas energéticos e importar regionalmente e exportar energia proveniente de fontes intermitentes”, avaliou Guzowski.
“Mas, para isso, será preciso que países como a Argentina consigam se livrar de bloqueios tecnológicos que impossibilitam que tenham um desempenho comparável ao do Brasil e do Uruguai, por exemplo, em matéria de produção de energia renovável”, apontou.
De acordo com a pesquisadora, a matriz energética da maioria dos países latino-americanos está baseada em hidreletricidade e no uso de energias fósseis, principalmente gás.
Os países da região com maior participação das energias renováveis na geração de eletricidade, segundo dados apresentados por ela, são o México, seguido do Brasil e Uruguai.
Já a Argentina está muito longe de atingir esse objetivo, comparou Guzowski. “A Argentina está muito abaixo da média de participação das energias renováveis na geração de eletricidade na América Latina e muito aquém do Brasil e do Uruguai”, afirmou.
A matriz energética do país é eminentemente fóssil e composta por gás natural (com 51% de participação) e 33% por gás que, como não produzem, precisam importar de outros países.
As energias renováveis têm uma participação de menos de 1% na potência instalada (a capacidade de geração de energia elétrica) do país, enquanto que o Brasil e o Uruguai, por exemplo, têm uma matriz energética muito mais diversificada, com expressiva participação de energia hidrelétrica, eólica e proveniente de biomassa.
“A Argentina depende quase que 80% de energia proveniente de fontes fósseis. Isso é resultado de bloqueios tecnológico e cultural de dependência de petróleo e gás para o abastecimento energético que precisam ser superados para conseguirmos promover a integração energética de países da América Latina”, avaliou.
Na opinião da pesquisadora, algumas das vantagens da integração energética dos países latino-americanos por meio das energias renováveis seriam a geração de economia de escala (vantagens em temos de custos obtidos pela expansão) para atrair investimentos, além do aproveitamento das complementaridades entre os recursos renováveis dos países da região.
Outra vantagem seria a minimização do problema de intermitência no fornecimento de energia em países como a própria Argentina, avaliou.
A forte queda dos custos de geração elétrica por meio de tecnologias de produção de energias renováveis representa uma oportunidade para os países da região que, ao estimular a produção desse tipo de energia, poderiam diminuir sua dependência energética externa, assegurar o abastecimento energético e diversificar seu mix de geração de energia, hoje fortemente baseado em hidrelétricas, que são vulneráveis a fenômenos climáticos, ressaltou.
“Dispor de fontes de energia intermitentes que ajudem e complementem a geração de energia hidrelétrica e térmica é uma opção muito importante para os países latino-americanos”, avaliou.
A palestra de Guzowski fez parte da programação de uma sessão sobre Energia realizada na FAPESP Week Montevideo. Também integraram a sessão Heitor Cantarella, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC); Luís Augusto Cortez, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Natalia Raffaeli, professora da Universidad Nacional de La Plata, da Argentina; e Cláudia Laureo, professora da Universidad de La República (UDELAR). Cantarella abordou os progressos na quantificação das emissões e no entendimento dos processos que ocorrem em áreas cultivadas com cana-de-açúcar no Brasil. E Cortez apresentou algumas oportunidades na área de bioenergia no país.
Fonte: Agência FAPESP - retirado de Planeta Universitário
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