Coco macaúba garante renda a mais de 400 famílias do semiárido mineiro
terça-feira, novembro 22, 2016
São 450 toneladas anuais beneficiadas e comercializadas com certificação ambiental; seminário regional vai debater perspectivas da atividade | Foto: reprodução TV Globo |
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"A atividade está intimamente relacionada com a preservação ambiental, já que a totalidade do coco beneficiado é colhido de plantas nativas. Isso faz com que os produtores preservem essa palmeira, cujo ecossistema de ocorrência está bastante agredido pela pressão por áreas aptas à produção agrícola”, ressalta o engenheiro agrônomo Alex Demier, chefe da Unidade de Desenvolvimento Territorial na 1ª Superintendência Regional da Codevasf, sediada em Montes Claros (MG).
Maquinário e viveiro
Iniciada por um pequeno grupo de produtores rurais em 2003, a atividade experimentou uma arrancada quatro anos depois, quando a Codevasf percebeu que, além de promover inclusão produtiva, estaria apoiando uma extração ambientalmente sustentável: dotou a Cooperativa de Agricultores Familiares e Agroextrativista Ambiental do Vale do Riachão (Cooper Riachão) de maquinário e materiais e construiu galpão de estocagem do coco macaúba.
“Além disso, a Codevasf disponibilizou um viveiro de mudas com capacidade de produção anual de 500 mil unidades - não só da espécie do coco macaúba mas também de outras nativas -, com a finalidade de repovoar áreas já degradadas”, aponta o superintendente regional da Codevasf em Minas, Rodrigo Rodrigues.
Autonomia e certificação
“Hoje o pequeno produtor rural do Vale do Rio Riachão não é mais dependente de programas governamentais de transferência de renda”, garante João Elias Soares, gerente financeiro e administrativo da cooperativa.
Por ano, a Cooperativa tem faturado mais de R$ 200 mil. Além disso, explica Soares, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) -, oferece subvenção social a quem trabalha no agroextrativismo, catando produtos nativos, que pode chegar a até R$ 3 mil anuais para cada produtor.
“Funciona como incentivo à proteção e manutenção do meio ambiente. Como isso, diminuíram bastante as queimadas e o corte das palmeiras naquela área, fato muito comum por esse tipo de planta ser considerada uma praga para o pasto de gado bovino. Até mesmo algumas partes do rio Riachão voltaram a ser perenes, mesmo durante períodos de longas estiagens”, conta João Elias Soares.
O presidente da Cooper Riachão, Agnaldo Fonseca afirma que, hoje, todos os produtos oriundos do coco macaúba beneficiados pela cooperativa podem ser negociados para qualquer parte do país. “Não existe barreira de mercado, pois recentemente a Unidade de Beneficiamento do Coco Macaúba conseguiu a certificação ambiental da RSB (Roundtable on Sustainable Biomaterials) com suporte do Programa Boeing de Cidadania Corporativa”, explica. A unidade fica no município de Montes Claros.
O seminário
São esperados 350 participantes - entre produtores, estudantes e técnicos ligados à área de produção agroextrativista -, no Seminário Regional do Coco Macaúba. O objetivo do evento é levar aos produtores rurais e catadores envolvidos no beneficiamento desse fruto novos conhecimentos e experiências sobre a exploração e produção agroextrativista, bem como mostrar para o mercado consumidor as potencialidades de investimento no agroextrativismo na região do Vale do Riacho D’antas.
De acordo com a programação do evento, o tema “A macaúba e suas potencialidades de uso” será a palestra de abertura, seguida pelos temas “Extrativismo do coco macaúba em Montes Claros”, “Perspectivas econômicas dentro e fora do Brasil”, finalizando com uma mesa redonda sobre a constituição do Consórcio Macaúba Sustentável.
A Codevasf e a Cooper Riachão têm como parceiras no seminário a Epamig, Ufop, Prefeitura de Montes Claros, Unimontes, UFMG, Fundetec, Utramig e Sebrae/MG.
Fonte: Blog Assis Ramalho
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