Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO, em 2050 será preciso alimentar 9 milhões de habitantes produzindo 70% a mais de alimentos e, através de sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) será possível o aumento da produtividade e qualidade dos alimentos, bem como a redução da sazonalidade.
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Conforme o pesquisador da Embrapa Trigo, Renato Fontaneli, o sistema é uma estratégia de produção sustentável, que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais. “Normalmente podemos dizer que é realizado na mesma área, mas não ao mesmo tempo, em cultivo consorciado em sucessão ou em rotação. Buscando a sinergia dos componentes desses agroecosistemas”, explica.
O sistema ILPF envolve aspectos ambienteis, valorização do homem e viabilidade econômica, com benefícios tecnológicos, ecológicos, econômicos e sociais.
Como benefício ecológico, melhoria dos atributos químicos físicos e biológicos do solo. De maneira geral aumenta o teor de matéria orgânica do solo. Normalmente está associado com melhor produtividade e maior resiliência. Reduz as perdas de produtividade, minimiza ocorrência de plantas daninhas. Quando está integrado ao animal, melhora o conforto térmico do animal, ou seja, acaba atenuando os extremos de temperatura.
Ao mesmo tempo no tecnológico são sistemas mais complexos lavoura integrado com pecuária, mas é uma maneira de verticalizar a produção, já que a terra é o recurso mais escasso. “É uma das maneiras de aumentar renda e produtividade. É via sistemas integrados. Em termos de Brasil, significa ter maior capacidade de mais animais por área, sou seja, poupar a abertura de novas áreas. A mesma quantidade de animais com um terço da área que utilizamos com os níveis de produtividade atuais. Podemos melhorar o desempenho animal como um todo. Significa armazenar mais água no solo, melhorar a recarga dessa água armazenada para normalizar os cursos da água. Podemos diminuir a emissão de gases de efeito estufa”, acrescenta.
Na região do Alto Uruguai Fontaneli diz que é bastante comum os sistemas integrados, principalmente pecuária lavoura. “Já a floresta não é feita de modo exploratório, mas sim como fileiras para sombra para os animais”. Em função disso a produção leiteira aumentou bastante.
“No leite evoluímos na região, tradição de pequena propriedade. A atividade permite uma renda de duas até seis vezes mais do que a lavoura de grãs. E nossa genética animal é elevada, mas estamos falhando em termos de produção de alimentos, apesar de produzirmos tudo para sermos eficiente em produção de alimentos”, conclui.
Fonte: Jornal Bom Dia
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